Para produzir o drone/câmara mais rápido do mundo, a Red Bull recorreu a Shaggy, o pseudónimo do neerlandês Ralph Hogenbirk, reputado piloto destes pequenos aparelhos voadores, bem como à sua Dutch Drone Gods, com potencial tecnológico para vencer o desafio.



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O objectivo era relativamente simples: conceber um drone/câmara que permitisse recolher imagens que impressionassem ainda mais os espectadores das corridas de Fórmula 1 (F1), fornecendo-lhes novos ângulos e imagens mais emocionantes. A dificuldade residia no facto de não existir um drone capaz de transportar câmara e sistema de transmissão e que, simultaneamente, fosse capaz de acompanhar a brutal capacidade de aceleração do F1 da Red Bull, para mais o seu fórmula mais recente, o RB20, que será utilizado em 2024. Mas as dificuldades para o drone não terminam aqui, uma vez que também tem de conseguir travar tão forte quanto o F1 — que trava numa distância inferior àquela em que acelera para atingir a mesma velocidade —, além de ser capaz de curvar de forma tão eficaz quanto o carro de Verstappen.

A velocidade máxima não era um problema, uma vez que há drones que superam os 350 km/h, apesar deste ter de bater Verstappen enquanto transportava mais peso a bordo, o que implica um esforço adicional para motores e bateria. A busca por uma melhor aerodinâmica levou a um design tipo míssil, o que obriga o drone holandês a descolar na vertical, para depois rodar 90º para a horizontal e assim conseguir descrever de forma mais eficiente os 5,8 km do circuito britânico de Silverstone.

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Dotar este drone equipado com duas câmaras de 4K com quatro motores que o impulsionassem até acima de 350 km/h não foi fácil, mas mais difícil foi fazer a bateria suportar o fornecimento máximo de energia durante a duração de uma volta à pista. No início do processo de desenvolvimento, o aquecimento excessivo acabava com o acumulador e queimava fios e fichas de ligação, mas o método tentativa/erro permitiu chegar a uma solução definitiva que suportava o esforço e que foi ainda testada contra David Coulthard, aos comandos de um F1 da Red Bull mais antigo, que bateu ao acelerar de 0 a 300 km/h em somente 4 segundos, duas vezes mais rápido do que um F1.

O vídeo acima ilustra bem o trabalho de desenvolvimento e construção do drone, bem como a facilidade com que acompanha Max Verstappen no F1 que vai conduzir em 2024, confirmando o maior potencial das imagens captadas. O filme mostra ainda o contributo da Red Bull para este projecto, que se centrou sobretudo ao nível da aerodinâmica e no recurso a materiais mais leves, o que permitiu colocar o peso do drone abaixo dos 1000 gramas.

Além de Verstappen, havia um segundo piloto em pista, desconhecido para maioria. Shaggy pilotou o drone, ele que até está habituado a drones mais velozes, mas sem a necessidade de ser tão pesado, executar reduções de velocidade tão bruscas e realizar curvas sob forças superiores a 6G. Recorrendo a óculos e a um comando remoto, Hogenbirk reconheceu a dificuldade em determinar o ponto de travagem, vendo-se obrigado a seguir as reacções do carro, travando quando Verstappen reduzia a velocidade.

Shaggy é estreante na perseguição ao um F1, mas já tem no currículo algumas experiências nestas andanças. Além de competir na Drone Racing League, foi ele quem assegurou a cobertura do Red Bull Valparaíso Cerro Abajo, em 2020, considerado o downhill urbano mais extremo do mundo.