“Erling Haaland é a estrela eloquente que raramente fala – na terça-feira, isso mudou”. Era desta forma que o The Athletic, faltando melhor para lançar um encontro que mesmo sendo dos oitavos da Champions e com “apenas” dois golos de diferença mais não era do que um cumprir de calendário no adeus do Copenhaga à Liga milionária, fazia o lançamento de mais uma partida de um Manchester City que sofreu um susto na receção ao rival United antes de partir para uma vitória sólida que poderia ter outros números. E porquê? Porque o avançado foi o escolhido para marcar presença na habitual conferência de imprensa de antevisão do encontro, numa oportunidade para fazer quase uma entrevista coletiva ao gigante norueguês. 

A linguagem corporal de Bernardo na Champions nunca engana: Manchester City vence em Copenhaga com golo do português

“Aqui tenho as pessoas que me são próximas e estou a desfrutar. Estou muito contente com as pessoas que tenho à minha volta, com o treinador e a Direção. É um bom grupo de gente e estou muito feliz. Dizendo isto talvez seja manchete de jornais, mas digo na mesma: nunca se sabe o que o futuro guarda mas estou feliz. Na época passada marquei 36 golos e fui o máximo goleador da Premier, esta época sou o melhor marcador com 18. Obviamente que a equipa estar bem é o mais importante. Falhanços com o United? Vou continuar a falhar grandes oportunidades, vou continuar a marcar golos. Provavelmente vou falhar uma grande oportunidade no futuro também e as pessoas vão criticar-me mas o que posso fazer? Devo pensar nisso? Não, Foco-me apenas em marcar mais golos e ajudar a equipa”, analisou Erling Haaland, que no início da carreira ainda longo dos palcos que agora pisa esteve muito próximo de se tornar reforço do… Copenhaga.

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“Estive a fazer testes com eles em 2016 e creio que um par de pessoas me queria, mas não todos. Acabou por não acontecer nada. É triste para eles mas correu-me bem porque depois fui para o Molde e foi uma boa escolha. Mas gosto do clube, é um bom clube. Estava interessado na altura em ir para o Copenhaga. Até tenho uma camisola com o número 9 e o meu nome lá em casa mas o meu destino foi outro”, recordou o avançado que foi ainda inquirido sobre a possibilidade de só ganhar a Bola de Ouro… quando Lionel Messi deixar de jogar. “Não sei, boa pergunta. É verdade que ele ganhou o Mundial, portanto não sei bem o que dizer. Acho que ele é o melhor jogador que já jogou portanto… Não sei”, atirou o escandinavo.

Haaland não sabe como poderia ter sido a carreira se tivesse mesmo mudado para o Copenhaga, não sabe se será necessário Messi deixar de jogar para ficar à frente na corrida aos troféus individuais, também não sabe o que lhe reserva o futuro. Aquilo que sabe, ele e todos, os que jogam consigo ou os que jogam contra si, é que desde que esteja bem fisicamente fica complicado não fazer a diferença num jogo ou pelo menos deixar marca com golos e assistências. Esta noite, confirmou isso mesmo. E tudo “fechou” só em 45 minutos.

Os adeptos do Copenhaga deslocaram-se em peso ao Etihad mas não demoraram a perder aquela crença de quem sonha com o impossível em menos de dez minutos: Akanji inaugurou o marcador na sequência de um bom remate de primeira após canto na direita (5′), Julián Álvarez aproveitou um erro crasso do guarda-redes Kamil Grabara para aumentar a vantagem (9′) e nem mesmo o 2-1 de Mohamed Elyounoussi numa boa transição rápida foi capaz de parar o ímpeto de um Manchester City que fez várias mudanças, com Erling Haaland a fazer o 3-1 final que repetiu o resultado da primeira mão nos 45 minutos iniciais em período de descontos (45+3′). O segundo tempo teve depois menos motivos de interesse e tornou-se um período de azar para Matheus Nunes. internacional português que foi titular mas saiu aos 74′ com uma fratura num dedo da mão, mas os campeões europeus, que confirmaram a passagem aos quartos da Champions, tornaram-se a primeira equipa inglesa a ganhar dez jogos seguidos na prova e também a primeira de sempre a marcar três ou mais golos em nove jogos consecutivos em casa, mais uma vez com carimbo do norueguês.