Os agricultores algarvios realizam esta sexta-feira uma marcha lenta na Estrada Nacional (EN) 125, entre Boliqueime e Almancil (Loulé), para reivindicarem o aumento da capacidade de armazenamento de água na região, em situação de alerta devido à seca.

A manifestação foi convocada pela recém-criada Comissão para a Sustentabilidade Hidroagrícola do Algarve (CSHA), que pretende, nas vésperas das eleições legislativas de domingo, apresentar algumas reivindicações que considera urgentes para o setor, dirigidas ao próximo Governo.

Entre as reivindicações que a CSHA quer entregar à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento (CCDR) do Algarve e ao próximo Governo eleito está o pedido de aumento da capacidade de armazenamento de água, cortes equitativos na utilização de água e a reestruturação do Ministério da Agricultura, com a reinstalação das direções regionais de Agricultura e Pescas.

A concentração de agricultores está marcada para as 9h00 no campo de futebol de Boliqueime, no concelho de Loulé, e a marcha lenta será feita na EN125, entre as 10h00 e as 14h00, entre as rotundas de Maritenda e das Quatro Estradas, segundo fonte da organização.

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A comissão, que reúne mais de 1.000 entidades e agricultores algarvios, defende que, como a pluviosidade das últimas semanas ultrapassou as estimativas do Governo, todo o volume encaixado superior ao estimado deve ser “direcionado para aliviar os cortes impostos à agricultura”.

O Algarve está em situação de alerta devido à seca desde 5 de fevereiro, tendo o Governo aprovado um conjunto de medidas de restrição ao consumo, nomeadamente a redução de 15% no setor urbano, incluindo o turismo, e de 25% na agricultura.

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A estas medidas somam-se outras como o combate às perdas nas redes de abastecimento, a utilização de água tratada na rega de espaços verdes, ruas e campos de golfe ou a suspensão da atribuição de títulos de utilização de recursos hídricos.

O Governo já admitiu elevar o nível das restrições, declarando o estado de emergência ambiental ou de calamidade, caso as medidas agora implementadas sejam insuficientes para fazer face à escassez hídrica na região.