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Gyökeres, o primeiro-ministro da república de Amorim que mascara tudo (a crónica do Arouca-Sporting)

Adversário chegava forte, campo não ajudava e desgaste continua a ser inimigo mas Sporting foi a Arouca em dia de eleições mostrar que, com Gyökeres, pode sonhar com época de maioria absoluta (0-3).

Viktor Gyökeres marcou o 33.º golo da época, assumiu a liderança da lista dos melhores marcadores do Campeonato e leva oito golos nos últimos sete jogos da prova
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Viktor Gyökeres marcou o 33.º golo da época, assumiu a liderança da lista dos melhores marcadores do Campeonato e leva oito golos nos últimos sete jogos da prova

EPA

Viktor Gyökeres marcou o 33.º golo da época, assumiu a liderança da lista dos melhores marcadores do Campeonato e leva oito golos nos últimos sete jogos da prova

EPA

Estamos numa altura de sondagens. Sondagens não só para perceber tendências de voto para as legislativas mas também para ir sabendo questões mais laterais com índices de confiança nos líderes partidários e coisas mais fora mas que significam sempre algo como “a quem comprava um carro em segunda mão”. Sondagens que têm como principal objetivo fazer um “retrato” de um momento que muda. Da política para o desporto, essa ideia do barómetro mediante o contexto em que se tenta encontrar uma realidade pode mudar. Se fosse feita uma sondagem aos adeptos do Sporting há algumas semanas, uma maioria representativa diria que era para tentar lutar por todas as provas; agora, depois dos últimos encontros no Campeonato e na Liga Europa, a tendência mudaria e muito provavelmente as atenções deveriam recair apenas na Primeira Liga. Razão? A empatia entre equipas e apoiantes permite perceber que muitas vezes as pernas já não respondem ao que a cabeça pensa. No entanto, e mesmo entre esses sinais, Rúben Amorim queria elevar a fasquia.

Arouca-Sporting. Amorim faz três mexidas no onze inicial (0-0, 1′)

“Não abdicamos de nada. Se houver uma duvidazinha, vamos sempre pelo Campeonato. Já tivemos uma sequência mais difícil e o jogo da Atalanta não existe para nós. Este é o mais importante que temos por ser a nossa grande prioridade mas não abdicamos de nada. Não pensei sequer um minuto em relação a quem pode jogar aqui ou ali. Já o fiz no passado, desta vez não. Serão os melhores para o jogo com o Arouca que nós acharmos, são esses que vão jogar”, reforçara o técnico leonino na antecâmara de uma deslocação que, em caso de vitória, não só permitiria ao Sporting manter a liderança isolada como colocaria o conjunto verde e branco numa condição mais favorável tendo em conta que esta era uma das saídas mais difíceis na prova.

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“Temos sempre que ganhar, a parte física não é utilizada como desculpa. No Rio Ave dissemos que eles estiveram mais ao nível do Rio Ave do que nós ao nível do Sporting. Há certas situações que quero que se saiba. Sinto que os jogadores querem correr muito mas às vezes não conseguem mas da mesma maneira que falámos disso nessa sequência, agora digo que com mais um dia acho que vamos estar melhores. Nunca justificámos com árbitros nem com calendários essas coisas, simplesmente fazemos uma observação. Temos que ganhar o jogo e isso não será desculpa. Sabemos o que vamos encontrar, sabemos da sequência que tivemos, mas vamos estar preparados e ser fortes de certeza”, acrescentou, falando sobre a diferença de poder contar com esse período de quase “mini férias” como é nesta fase ter um dia ou um dia e meio de folga.

“Temos de ganhar os jogos todos e não o conseguimos fazer com jogadores a 50% ou 60%. Vamos entrar sem qualquer tipo de poupança. Com a gestão que temos feito nos últimos jogos, temos a obrigação de vencer. Sabemos da qualidade do Arouca. Vamos jogar no máximo das nossas forças e só este jogo interessa, os melhores para este jogo vão estar em campo”, reforçou, entre o anúncio dos regressos de Gonçalo Inácio e Pedro Gonçalves às opções (só Adán continua de fora) e essa nuance dos três dias e não dois de descanso.

Contudo, e além das próprias condicionantes internas facilmente percetíveis, havia do outro lado um Arouca que ganhara seis dos últimos sete jogos incluindo um triunfo com o FC Porto onde conseguiu marcar três golos pelo “ataque da moda” com Rafa Mújica e Cristo González tendo o apoio de Jason. Também por isso, o Sporting enfrentava um teste à resistência física e mental em busca de novo triunfo no Campeonato. “Vamos encontrar uma equipa que está a fazer uma grande prova, principalmente desde que o Daniel [Sousa] entrou. É uma equipa com muito bons jogadores, corajosos, e isso também revela a capacidade do treinador. É uma das melhores equipas em Portugal a definir nas transições. É uma equipa muito perigosa e que vive um grande momento mas estamos preparados e com mais um dia de recuperação”, destacou Rúben Amorim.

Num campo em algumas zonas impraticável, o Arouca mostrou que sabe jogar, tem capacidade para jogar e gosta de jogar. Ainda assim, e mais uma vez neste Campeonato, o Sporting foi superior. Entendeu todos os aspetos fortes do adversário, não teve problemas em perceber os momentos do jogo e quando o adversário ganhava nos passes e na bola, conseguiu mais uma vez fazer a diferença na frente sendo que desta vez a defesa esteve ao mesmo nível. E se Diomande fez um jogo sem falhas, Hjulmand voltou a mostrar que é um reforço de peso e Geny Catamo continua a tornar-se num ala completo, Gyökeres foi de novo o fator que fez a diferença. Não pelo golo (que podiam ter sido mais), não pela assistência, mas pela forma como tudo gira à sua volta. Como em qualquer governo, ministros, secretários de Estado e assessores podem existir muitos mas primeiro-ministro e o líder de tudo só há um. No Sporting, de forma bem visível, é o sueco.

Ficha de jogo

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Arouca-Sporting, 0-3

25.ª jornada da Primeira Liga

Estádio Municipal de Arouca

Árbitro: Nuno Almeida (AF Algarve)

Arouca: Arruabarrena; Tiago Esgaio, Galovic (Kouassi, 85′), Montero, Weverson (Quaresma, 85′); Pedro Santos, David Simão; Jason (Lawal, 72′), Cristo González (Puche, 85′), Sylla e Rafa Mujica

Suplentes não utilizados: Thiago, Milovanov, Oriol Busquets, Pedro Moreira e Trezza

Treinador: Daniel Sousa

Sporting: Franco Israel; Eduardo Quaresma (Gonçalo Inácio, 46′), Coates (St. Juste, 67′), Diomande; Geny Catamo, Morita (Daniel Bragança, 76′), Hjulmand, Matheus Reis; Francisco Trincão (Paulinho, 67′), Pedro Gonçalves (Nuno Santos, 90′) e Gyökeres

Suplentes não utilizados: Diogo Pinto, Ricardo Esgaio, Koba Koindredi e Marcus Edwards

Treinador: Rúben Amorim

Golos: Gyökeres (19′), Geny Catamo (90+1′) e Hjulmand (90+5′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a David Simão (80′) e Galovic (84′)

O início do encontro trouxe uma boa, uma má e uma inevitável notícia aos leões. A boa era que a primeira imagem deixada mostrava um Sporting capaz de ir controlando a partida e a capacidade de transições dos arouquenses sem sobressaltos de maior ao mesmo tempo que conseguiu duas chegadas com Gyökeres como pivô que Pedro Gonçalves não concluiu. A má era que as condições do relvado, desde início, não estavam famosas para os dois conjuntos, o que teria obrigatoriamente influência no tipo de jogo que seria possível fazer. A inevitável, em Arouca e no país, é que tão depressa aparecia sol como começava a chover e bem, como aconteceu após o apito inicial. Foi assim que passaram os primeiros 15 minutos, com Cristo a ter a única tentativa dos visitados depois de um passe atrasado de Sylla que saiu ao lado (12′) e Gyökeres, após um cruzamento de Pedro Gonçalves da esquerda, também desviou pressionado de cabeça mas ao lado (13′).

Nos passes mais diretos de Coates, nas jogadas de envolvimento ou na procura das costas da defesa contrária, Gyökeres continuava a ser a chave de todo o jogo ofensivo do Sporting para primeiro, penúltimo ou último toque como aconteceu pouco depois, naquela que foi a primeira verdadeira oportunidade que acabou em golo: boa circulação dos leões da direita até ao meio, grande abertura de Francisco Trincão para a subida de Matheus Reis pela ala esquerda, cruzamento para a zona “morta” entre guarda-redes e centrais e desvio ao segundo poste de Gyökeres para o 1-0 (19′). O sueco marcou aí e ficou próximo do bis pouco depois, com o movimento nas costas da defesa contrária a ser descoberto por um grande passe de Pedro Gonçalves mas o remate a ser defendido por Arruabarrena, sendo que no seguimento ainda houve um trabalho individual de Geny Catamo à direita que terminou com o movimento para dentro e um remate muito ao lado (29′).

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos do Arouca-Sporting em vídeo]

Depois, e só depois, houve mais Arouca. É certo que o Sporting baixou um pouco as linhas para tirar jogo entre linhas e profundidade às ações ofensivas contrárias mas a equipa da casa conseguiu mostrar mais do que consegue fazer de melhor com bola, jogou mais vezes em ataque organizado no meio-campo contrário e teve duas oportunidades para fazer o empate ainda antes do intervalo, com Rafa Mújica a não conseguir o desvio na pequena área após cruzamento de Jason da direita e com Sylla, lançado pela esquerda por Cristo, a rematar cruzado para uma grande defesa de Franco Israel com as pontas dos dedos para canto (34′). Ainda houve mais alguns lançamentos longos para Gyökeres que podiam trazer outros perigos maiores do que na verdade propiciaram mas foram os arouquenses que terminaram por cima, com muito mas bola e o dobro dos passes acertados, sem com isso conseguirem evitar a desvantagem por 1-0 ao intervalo.

O segundo tempo começou com o regresso à competição de Gonçalo Inácio, que entrou ao intervalo para o lugar de Eduardo Quaresma, e com o Sporting a não ter problemas com o facto de o Arouca ter mais bola, mantendo-se fiel à forma eleita para atacar: procurar sempre que possível a profundidade. Assim, voltou a ser de Gyökeres a primeira oportunidade flagrante para o bis, na sequência de um passe fantástico de Morita a fintar a zona de pressão alta do Arouca para lançar o sueco na frente até ao remate cruzado para defesa de Arruabarrena (49′). Apesar de não haver mais remates de perigo nos minutos seguintes, os leões conseguiam chegar com algum perigo ao último terço e só abrandavam o ritmo quando sentiam que o jogo começava de certa forma a “partir”, abdicando da bola para gerir a vantagem sem ela sem perder o foco na baliza, com Pedro Gonçalves a atirar ao lado na área (62′) antes de Rafa Mújica tentar a meia distância para defesa segura de Franco Israel (63′). A partida entrava na zona de substituições com um relvado muito fustigado.

Rúben Amorim não quis arriscar e tirou duas das unidades que tinham feito 90 minutos com a Atalanta, Coates e Francisco Trincão, para as entradas de St. Juste e Paulinho. Pouco depois, foi a vez de Daniel Sousa também tentar algo, trocando Jason por Lawal. E nos minutos seguintes foram os leões que voltaram de novo a mexer olhando também para os tempos de utilização da partida frente à Atalanta, com Daniel Bragança a rende Morita. Enquanto tudo isto ia acontecendo, o jogo mantinha-se sem balizas, com o Sporting a tentar esticar jogo através do inevitável Gyökeres e o Arouca a perder gás com o tempo nas tentativas de ataque a um último terço verde e branco que ia mexendo as peças mas nem por isso perdia consistência. Só mesmo no período de descontos o encontro ficaria resolvido, com Geny Catamo a ter uma grande jogada individual até fletir para dentro para disparar um míssil que fez o 2-0 após assistência de Paulinho (90+1′) e Hjulmand a receber o passe de Gyökeres para surgir isolado na cara de Arruabarrena e não perdoar (90+6′).

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