O consórcio promotor da escolha de Santarém mantém o objetivo de concretizar o “projeto de criação de um novo aeroporto que responda rapidamente às necessidades de mobilidade aérea do país”, apesar da objeção da Força Aérea a qualquer redução ou mudança na reserva de espaço militar. Esta posição exclui Santarém das opções que podem vir a acolher uma solução aeroportuária única e de longo prazo, de acordo com as recomendações do relatório final elaborado pela comissão técnica.

No entanto, em comunicado, a Magellan opta por sublinhar que a “possibilidade de concretização de um aeroporto na Região de Santarém, acaba de ser reconhecida como viável no relatório da comissão técnica independente relativo à análise estratégica e multidisciplinar do aumento da capacidade aeroportuária da região de Lisboa.” Nas recomendações, a CTI admite Santarém numa solução dual com o aeroporto Humberto Delgado, mas considera que a localização não pode vir a evoluir para um aeroporto único por causa das restrições no espaço aéreo impostas pela base aérea de Monte Real e pelos compromissos nacionais assumidos no quadro da NATO.

Regresso de Santarém à corrida do novo aeroporto em xeque por parecer da Força Aérea

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Estas restrições foram expressas pelo Estado Maior da Força Aérea não só à Comissão Técnica Independente, mas também ao próprio Governo. Segundo o Expresso, o próprio António Costa pediu à Força Aérea que avaliasse a viabilidade da transferência da base militar de Monte Real para manter Santarém na corrida, mas que a resposta foi inflexível e na mesma linha do ofício remetido à comissão técnica.

Não obstante, o consórcio Magellan manifesta vontade de “trabalhar com o próximo Governo de Portugal” — ao qual compete tomar a decisão sobre a melhor solução —  bem como com as entidades competentes – incluindo a ANAC, NAV, Força Aérea Portuguesa e restantes entidades nacionais, regionais e locais – na sua concretização, incluindo a resolução dos aspetos técnicos comuns a qualquer projeto de aeroporto.”

Os promotores realçam que a proposta para Santarém resultou do “trabalho conjunto desenvolvido ao longo dos últimos 4 anos com consultores internacionais de referência e entidades nacionais” e que estão por isso “plenamente confiantes que o projeto Magellan 500 é viável e responde às necessidades de capacidade aeroportuária na região de Lisboa, no curto e no longo prazo”.

Este consórcio é liderado por Carlos Brazão, ex-presidente da Cisco Portugal, mas dos seus participantes só se conhece o grupo Barraqueiro.