Para além de Miguel Oliveira, que há um ano foi abalroado por Marc Márquez quando seguia na liderança do Grande Prémio de Portugal, Enea Bastianini também tinha contas a ajustar com o Autódromo Internacional de Portimão. Em 2023, o italiano chocou com Luca Marini no Algarve e falhou as quatro corridas seguintes, competindo condicionado ao longo de toda a temporada. Em 2024, tentava reescrever a história.

O piloto da Ducati foi o mais rápido na segunda sessão de treinos de sexta-feira e voltou a sê-lo na Q2 de sábado, carimbando a segunda pole-position da carreira e garantindo uma candidatura à vitória no Algarve depois de ter sido 5.º no Qatar. “Depois de algum tempo sem uma pole-position, claro que é especial. A primeira com a Ducati, ainda por cima. Melhorámos desde ontem, fizemos uma grande qualificação e conseguimos esta pole. É apenas o primeiro passo. Temos também a corrida sprint, mas estamos felizes”, disse Bastianini, que foi mais rápido do que Maverick Viñales e Jorge Martín, que encerraram o top 3 da qualificação.

Deu mesmo tudo o que tinha: Miguel Oliveira falha Q2 e parte de 15.º em Portimão

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Ora, do lado de Miguel Oliveira, o ajuste de contas estava mais difícil. O piloto português foi apenas o 17.º mais rápido na sexta-feira, teve de passar pela Q1 e não conseguiu apurar-se para a Q2, garantindo apenas o quinto melhor tempo da sessão e arrancando de 15.º ao longo de todo o fim de semana em Portimão. Uma posição difícil para o português da Trackhouse e mais um dia em que ficou bastante claro que terá uma temporada muito difícil e desafiante face ao domínio da Ducati.

Assim, este sábado e na corrida sprint que atribuía os primeiros pontos do fim de semana antes do Grande Prémio de domingo, o pelotão cumpria 12 voltas, metade da prova original. Jack Miller arrancou muito bem e agarrou a liderança, com Bastianini a permitir também as ultrapassagens de Bagnaia, Viñales e Márquez e a cair para quinto. Mais atrás, Oliveira mostrou-se suscetível a Álex Márquez e perdeu um lugar, descendo para 16.º.

Bagnaia ultrapassou Miller e saltou para o primeiro lugar à entrada para a terceira volta, na mesma altura em que Álex Rins caiu e foi forçado a abandonar, e Márquez aproveitou o embalo para também superar o australiano da KTM e subir à segunda posição. Na segunda metade da classificação, Miguel Oliveira superiorizou-se a Álex Márquez e Johann Zarco e assumiu o 14.º lugar, com Brad Binder e Fabio Di Giannantonio a juntarem-se aos abandonos.

Viñales aproveitou um erro de Márquez para subir ao segundo lugar e o piloto espanhol também não aguentou a investida consequente de Jorge Martín, acabando por sair do pódio. A quatro voltas do fim, Pecco Bagnaia perdeu o controlo da mota na curva 1, conseguiu manter-se em pista mas tombou para 4.º, deixando Viñales na liderança isolada. Ao mesmo tempo, Miguel Oliveira continuava a escalar na classificação e já era 12.º, ameaçando a posição de Marco Bezzecchi.

Já pouco mudou até ao fim, com Maverick Viñales a aguentar a pressão e a carimbar a vitória na corrida sprint do Grande Prémio de Portugal, à frente de Marc Márquez e Jorge Martín e com Pecco Bagnaia a ser apenas 4.º, seguido por Jack Miller, Enea Bastianini, Pedro Acosta, Aleix Espargaró e Fabio Quartararo, que encerraram os pontos. Miguel Oliveira acabou mesmo por ser 12.º, conquistando três posições ao arranque inicial, mas ficando fora dos lugares pontuáveis da sprint de Portimão.