Uma coleção de cassetes com material inédito gravado por Marvin Gaye surgiu na Bélgica. Além de música nova, fatos de palco, cadernos de apontamentos e outros objetos associados ao artista, que morreu em 1984, estiveram escondidos durante mais de quatro décadas no país onde o autor de um dos discos que mais redefiniu a música soul e a música de inspiração afro-americana, What’s Going On, esteve radicado durante parte da vida.

A descoberta é reportada pela BBC, que recorda que Gaye viveu durante algum tempo em casa de um músico belga, Charles Dumolin. A coleção de fatos de palco, cadernos de apontamentos e cassetes com música nunca antes escutada está agora nas mãos da família de Charles.

Escreve a BBC que “não há dúvida sobre a autenticidade do acervo”. De resto, a história da ligação do cantor à Bélgica é conhecida. O cantor vivia em Londres e estava a tornar-se um grande consumidor de cocaína quando conheceu um promotor de concertos belga num clube noturno. Pegou no cartão de visita do promotor e, uma semana depois, telefonou-lhe e combinou mudar-se para a cidade costeira de Ostende.

Questões relacionadas com propriedade intelectual e direitos de edição musical raramente são diretas, pelo que se espera para perceber como é que a notícia será recebida pelos filhos de Marvin Gaye, Marvin III, Nona e Frankie, e pelos administradores do seu património.

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A aparente decisão de Marvin Gaye de oferecer este material a Charles, que morreu em 2019, parece significar que a coleção pertence em absoluto à família Dumolin, afiança o meio britânico.

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Marvin Gaye morreu em 1984, com 44 anos, quando tentava separar os pais durante uma altercação particularmente violenta entre os dois, que culminou com Marvin Gay Sr. a disparar duas vezes contra o filho.