Mais uma decisão, mais uma oportunidade de fazer história. Este domingo, o Palmeiras defrontava o Santos na segunda mão da final do Paulistão e Abel Ferreira tinha a possibilidade de conquistar o 10.º troféu pelos brasileiros e igualar Oswaldo Brandão enquanto técnico com mais títulos na história do clube. Para isso, porém, era preciso dar a volta à eliminatória depois da derrota sofrida na primeira mão.

O Palmeiras perdeu na Vila Belmiro há uma semana, graças a um golo solitário de Rómulo Otero, e este domingo estava obrigado a ganhar no Allianz Parque para não deixar fugir a terceira conquista consecutiva do Paulistão. Do outro lado, porém, estava um Santos que para além de estar em vantagem olhava para a final como uma autêntica de salvação de uma temporada onde vai estar na Série B pela primeira vez em toda a sua história.

“Estamos inteiros para preparar esta grande final, em nossa casa, e aproveito para convocar os nossos adeptos. Que nos apoiem em todos os momentos, mesmo se sofrermos um golo no início. Temos um título em disputa e quero lembrar os nossos jogadores das emoções provocadas por disputar estes jogos e ganhar estes jogos”, disse Abel Ferreira, que fez poupanças no empate contra o San Lorenzo a meio da semana para a Libertadores, na antevisão da partida.

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O Allianz Parque correspondeu e, para além das habituais bandeiras verdes e brancas, os adeptos do Palmeiras prepararam uma tarja de apoio ao treinador português e precisamente a bandeira portuguesa nas bancadas, deixando bem claro que ouviram o apelo de Abel. O técnico lançava Raphael Veiga nas costas de Endrick e Flaco López, com Zé Rafael e Aníbal Moreno no meio-campo, e deixava Rony, Breno e Gabriel Menino no banco. Do outro lado, Fábio Carille tinha Morelos enquanto referência ofensiva, apoiado por Guilherme, Giuliano e Otero.

O Santos teve a primeira oportunidade do jogo, com Pituca a obrigar Weverton a uma grande defesa com um remate em arco (6′), e o Palmeiras respondeu com um lance em que Gil evitou o golo de Mayke com um corte em cima da linha (12′). Abel Ferreira não demorou muito a ver cartão amarelo por protestos, mas o Palmeiras também não demorou muito mais a igualar a eliminatória: João Paulo fez falta sobre Endrick na área do Santos e Raphael Veiga, na conversão da grande penalidade, não falhou (33′).

Nada mudou até ao final da primeira parte e Abel mexeu logo ao intervalo, trocando Richard Ríos por Zé Rafael. Weverton foi crucial para manter o resultado, com uma enorme intervenção na cara de Guilherme quando o avançado estava praticamente isolado (52′), e Mayke seguiu o exemplo do guarda-redes ao evitar o golo de Otero com um corte em cima da linha (59′). Abel fez mais uma substituição depois da hora de jogo, lançando Luis Guilherme, e o Palmeiras conseguiu mesmo colocar-se na frente da final.

Piquerez cruzou na esquerda, Flaco López ganhou nas alturas ao segundo poste e Aníbal Moreno apareceu do lado contrário a desviar para marcar (67′). O treinador português reagiu com mais duas alterações — incluindo a saída de Endrick, que fez a última final pelo Palmeiras antes de rumar ao Real Madrid –, e já nada mudou até ao apito final.

O Palmeiras venceu o Santos e conquistou o Paulistão pela 26.ª vez e pelo terceiro ano consecutivo, algo que não acontecia há 90 anos, desde 1934. Ao mesmo tempo, Abel Ferreira alargou ainda mais a própria história em São Paulo e no Brasil e chegou ao 10.º título pelo clube, igualando Oswaldo Brandão enquanto treinador mais bem sucedido da história do Verdão.