No final, sobrou o que mais interessava. Por um lado, o Benfica manteve a série sem derrotas em encontros frente ao Marselha desde o desaire na primeira mão das meias-finais da Taça dos Clubes Campeões Europeus de 1990, com quatro encontros consecutivos com vitórias ou empates e sempre a marcar dois golos a jogar em casa. Por outro, os encarnados somaram o quarto jogo na Luz sem perder mas de novo a marcar dois golos, entre dois triunfos e duas igualdades. No entanto, e depois do regresso às vitórias passada essa série negativos dos dérbis com o Sporting que valeram a eliminação da Taça de Portugal e o aumento da distância para o primeiro lugar do Campeonato, a equipa ouviu assobios dos adeptos no final do encontro.

Neres, um bálsamo para acalmar as feridas abertas (a crónica do Benfica-Marselha)

Após chegar ao intervalo em vantagem com mais um golo de Rafa, que não só reforçou o estatuto de melhor marcador do Benfica como chegou à fasquia dos 20 golos numa temporada cinco épocas depois, o Benfica ainda chegou ao 2-0 com Ángel Di María a voltar aos festejos após um mês de jejum mas acabou por imperar no fim a última imagem da reação do Marselha, que aproveitou um erro de António Silva para reduzir pelo inevitável Aubameyang antes de arriscar um pouco mais o empate junto da baliza de Trubin. Apesar das cinco derrotas consecutivas, os franceses ainda se mantêm vivos na eliminatória para a segunda mão.

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Se em algumas partes das bancadas se sentiu um ambiente diferente do que é normal num dia que devia ser apenas marcado pela sentida homenagem a Sven-Goran Eriksson, com os No Name Boys a saírem da sua zona do Estádio da Luz que ficou completamente vazia e os casuals a entrarem no local onde estão os Diabos Vermelhos com um reforço quase imediato a nível policial, esse final da partida trouxe não só os assobios como a contestação a Roger Schmidt, que já depois de uma perda de bola de Di María nos descontos tinha sentido esse desagrado que se fazia sentir entre os adeptos. E essa foi uma marca que ficou da vitória.

Uma data simbólica, uma Luz de pé e os nomes históricos que não faltaram: a homenagem do Benfica a Sven-Göran Eriksson

“Assobios no final do jogo? Não sei, fico sempre surpreendido com isso mas parece que faz parte do Benfica. Sei que não é a primeira vez, também recebo algumas impressões do meu treinador adjunto e do Luisão, eles conhecem melhor o clube e também do que passou no passado. Se ganhas um jogo nos quartos de final da Liga Europa e no final há este tipo de situações, é normal que fiques um pouco surpreendido porque realmente não consegues compreender. Mas faz parte do Benfica…”, comentou no final da partida o treinador na zona de entrevistas rápidas da SIC Notícias, destacando a exibição que permitiu chegar ao 2-1.

“Fizemos um bom jogo. Tivemos as nossas oportunidades para marcar o terceiro e o quarto golos, mas faz parte do futebol. Cometemos alguns erros e permitimos que eles voltassem ao jogo. Eles também têm qualidades. Podíamos ter tido um resultado melhor mas saímos daqui com uma vitória e vamos tentar a vitória agora na segunda mão. Antes do golo, acho que eles não tiveram oportunidades para marcar. Conseguimos controlar bem o jogo e todos os momentos do jogo, conseguimos também acelerar nos momentos certos. Depois tivemos uma perda de bola, uma oportunidade para limpar a jogada mas o Aubameyang é um jogador inteligente, acabou por ficar com a posse e à frente do Trubin mostrou toda a sua qualidade”, resumiu sobre o encontro na Luz que deixou os encarnados na frente da eliminatória.

“Segunda mão? Claro que será um jogo difícil, a este nível são todos. Espero algumas dificuldades mas também já sentimos isso contra o Rangers e ganhámos. Sabemos que é difícil mas também acreditamos em nós”, concluiu, falando também na aposta no mesmo onze que defrontou o Sporting: “Penso que os jogadores que começaram hoje [quinta-feira] estiveram muito bem, assim como nos dois jogos com o Sporting. Mas também precisamos de nova energia para domingo, até porque temos jogadores suspensos”.