Pelo menos quatro pessoas foram esfaqueadas por um homem numa igreja em Sydney, na Austrália. Uma das vítimas é Mar Mari Emmanuel, que celebrava a missa que estava a ser transmitida em direto para as redes sociais, escrevem o Sydney Morning Herald e oGuardian. A Polícia diz que se tratou de um “ato terrorista”.

Austrália. Seis mortos em esfaqueamento em centro comercial em Sydney. Atacante abatido pela polícia

O ataque aconteceu esta segunda-feira às 19h15 locais, 10h15 em Lisboa, na igreja Christ the Good Shepherd, em Wakeley, um dos subúrbios de Sydney. A imprensa australiana relata que o bispo Mar Mari Emmanuel estava atrás do altar quando um homem vestido de preto o atacou no peito.

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Mar Mari Emmanuel caiu para o chão e terá sido atacado mais cinco vezes, explica o Sydney Morning Herald. As restantes pessoas terão ficado feridas quando se dirigiram ao altar para tentar controlar o atacante.

As autoridades revelaram que o bispo está bem de saúde após o ataque. A própria igreja apelou à calma numa mensagem publicada nas redes sociais, pedindo aos manifestantes que abandonassem a igreja “em paz”.

A polícia australiana declarou, entretanto, o esfaqueamento como “ato terrorista”, avança a BBC. A informação de que o incidente poderá ter tido motivações terroristas foi dada pelo responsável pela polícia do estado de Nova Gales do Sul (província onde se situa a cidade de Sydney), Chris Minns.

Os quatro feridos são todos homens: um com cerca de 50 anos e outro com 30 foram levados para o Hospital de Liverpool, em Sydney, com vários ferimentos. Já um homem de 20 e outro na casa dos 60 ficaram feridos nas mãos e braços e foram assistidos no local.

As autoridades iniciaram uma operação e anunciaram que já detiveram um homem, que estava a ser inquirido. Horas mais tarde, as autoridades especificaram que tinha sido detido um rapaz de 15 anos, de acordo com a CBS News e a AFP.

Nenhuma das vítimas apresenta ferimentos que ponham em risco a vida, foi detalhado numa publicação na rede social X, antigo Twitter.

Este ataque surge três dias depois de um outro esfaqueamento num centro comercial da cidade em que seis pessoas morreram.

A imprensa australiana descreve Mar Mari Emmanuel como um líder ultra conservador da Igreja Ortodoxa Assíria, que se tornou conhecido pelos diretos para as redes sociais com sermões anti-LGBTQ e ceticismo em relação à pandemia de Covid-19.

De acordo com o britânico Telegraph, terá sido durante a pandemia que  bispo ganhou mais seguidores — descreveu o confinamento em Sydney como “escravatura em massa” e considerou que as vacinas contra a Covid eram “fúteis” porque viver “normalmente” aumentaria a imunidade. A igreja tem uma forte presença nas redes sociais. Só no TikTok, o perfil do bispo é seguido por quase 10 mil pessoas.

Multidão juntou-se à porta da igreja. Dois polícias ficaram feridos em confrontos

Embora as autoridades tenham aconselhando a que se evitasse a zona da igreja, a Sky News Australia refere que várias pessoas se dirigiram ao local. Um dos jornais australianos explicou que, a dado ponto da noite, terão estado algumas centenas de pessoas no local. Foi necessário um forte dispositivo policial, com recurso a um helicóptero: “Todas as pessoas, por favor abandonem a área imediatamente”.

O presidente de Fairfield, a localidade onda fica a igreja, apelou à calma. “A polícia está a fazer o seu trabalho e por favor não tornem esse trabalho mais difícil”. “Vivemos numa altura difícil, por isso consigo compreender a frustração e a raiva das comunidades, mas peço-lhes enquanto presidente da Câmara que se mantenham calmos”, cita a Sky News Australia.

Foi necessária uma operação de larga escala para controlar o público, que exigiu a saída do suspeita de dentro da igreja. O suspeito foi mantido durante algum tempo no interior da igreja até ser retirado pela polícia — que até agora não divulgou para onde foi transportado.

Testemunhas no local revelaram à Reuters que foram atiradas pedras à polícia e que dois homens foram atingidos com gás pimenta.

Dois polícias ficaram feridos nos confrontos com a multidão e vários carros da polícia foram atingidos, com danos nos para-brisas e vários vidros partidos. “Um polícia foi atingido com um objeto de metal e ficou com um joelho torcido e um dente rachado. Outro ficou com o maxilar partido quando foi atingido com um tijolo e um pedaço de uma cerca”, detalha a polícia em comunicado.

(Notícia atualizada pela última vez às 00h05, com informação de que a polícia de Nova Gales do Sul está. a tratar o esfaqueamento como um ato terrorista)