É o primeiro artigo de António Costa no jornal “Correio da Manhã”, marca o seu regresso à colaboração com a imprensa escrita ao fim de 10 anos e o tema é a Europa — mas com uma perspetiva política nacional.

Retomando o tema dum artigo de opinião que tinha publicado em março de 2014 no mesmo jornal, o “longo período de estagnação da economia e da divergência com a União Europeia”, António Costa analisou o período de crescimento  nos “primeiros 15 anos deste século” e concluiu que a “média de crescimento nesses 15 anos foi de 0,2%.”

Foi o ponto de partida para enaltecer os resultados que os seus governos obtiveram nos últimos oito anos, “em que a média de crescimento (…) foi dez vezes superior” à média entre 2000/2015. “Com a exceção de 2020, a economia portuguesa cresceu sempre acima dos 2% e todos os anos convergiu com a UE, ou seja, todos os anos cresceu acima da média europeia”, enfatiza Costa.

O ex-primeiro-ministro desvaloriza o facto de entre 2015 e 2022 Portugal ter caído no ranking europeu do Produto Interno Bruto per capita — tendo sido ultrapassado por Polónia, Hungria, Estónia e Lituânia — e puxa por outra perspetiva: “A verdade é que nestes 8 anos a economia portuguesa reduziu a sua distância em relação à Alemanha, à França ou à Espanha”, afirma.

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E diz mesmo que, face ao que “foi propalado em 2023, Portugal destacou-se da Roménia e recuperou a sua posição face à Polónia e à Hungria”. O que está correto, tal como foi noticiado no final de Março deste ano, o nosso país recuperou duas posições no ranking europeu do PIB per capita e ficou à frente daqueles dois países.

António Costa não deixou de criticar Luís Montenegro por a pasta dos “Assuntos Europeus” ter voltado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros “como se fossem negócios estrangeiros…”

Para fundamentar a sua crítica, Costa cita mesmo o eurodeputado do PSD, Carlos Coelho, para contestar a ideia de que União Europeia é algo a exterior a Portugal, como “se nós não fossemos parte constitutiva desse todo”.