O ex-internacional senegalês Fary Faye foi nesta terça-feira eleito como presidente da SAD do Boavista em Assembleia Geral de acionistas, sucedendo a Vítor Murta, que dirigiu a sociedade gestora do futebol profissional “axadrezado” desde 2020.

No auditório do Estádio do Bessa, no Porto, o antigo avançado encabeçou a única lista concorrente aos órgãos sociais formalizada pela Jogo Bonito, sociedade controlada pelo investidor Gérard Lopez e detentora de uma posição maioritária na SAD das “panteras”.

Além de Fary Faye, que jogou pelo Boavista em duas fases (2003 a 2008 e 2012 a 2015) e passou a exercer cargos diretivos na estrutura “axadrezada” há nove anos, foram eleitos mais quatro administradores rumo ao mandato 2024-2026, com 99,99% de votos, numa Assembleia Geral de acionistas que reuniu representantes de 92,37% do capital social.

José Carmelo Fraile terá poderes executivos, ao contrário de Pepe Roibas, de Joaquim Agostinho e da ex-futebolista internacional portuguesa e atual treinadora Alfredina Silva.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Quantos aos restantes órgãos sociais, Manuel Gonçalves Silva vai comandar a Mesa da Assembleia Geral, enquanto António Silva Marques foi nomeado para o Conselho Fiscal.

Fary, de 49 anos, tinha sido promovido de diretor desportivo a administrador do Boavista em maio de 2023, ficando com atuação exclusiva na área do futebol, e era o único dos quatro nomes da equipa anterior chefiada por Vítor Murta que não estava demissionário.

José Carmelo Fraile e Pepe Roibas tinham renunciado aos seus cargos em divergência com o antecessor de Fary, mas estão agora de volta ao Conselho de Administração por indicação de Gerard López, que mantém três elementos na cúpula da SAD “axadrezada”.

Vítor Murta, de 48 anos, não foi convidado pelo investidor para fazer mais um mandato e encerrou um ciclo arrancado em 2020, quando substituiu Álvaro Braga Júnior, sendo que vai continuar na liderança do clube, para o qual foi eleito sem oposição pela primeira vez em 2018, em sucessão de João Loureiro, tendo repetido essa vitória nas urnas em 2022.

A deliberação quanto à dispensa de prestação de caução dos membros do Conselho dos órgãos de administração e fiscalização ou a discussão de outras temáticas de interesse preencheram a ordem de trabalhos da Assembleia Geral de acionistas, cuja convocatória original remontava a 26 de dezembro de 2023, mas sofreu três adiamentos seguidos nos meses seguintes, devido à ausência de listas concorrentes propostas por Gérard Lopez.

Esse impasse eleitoral foi atenuado até finais de abril com a permanência de Vítor Murta, cujo pedido de renúncia à liderança da Boavista SAD já tinha sido comunicado em 26 de fevereiro — logo após a derrota dos “axadrezados” na receção ao Sporting de Braga (0-4), para a 23.ª ronda da I Liga –, mas apenas foi formalmente apresentado em 15 de março.

Há quatro anos, o controlo maioritário da sociedade responsável pela gestão do futebol profissional das “panteras” foi assumido pelo empresário hispano-luxemburguês Gérard Lopez, que, no verão de 2023, teve de executar uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre 49,22% do capital social através da Jogo Bonito, ficando a deter 67,67% de ações.

O Boavista ocupa a 14.ª posição da I Liga, com 31 pontos, três acima da vaga de acesso ao play-off de manutenção, e visitará o FC Porto, terceiro colocado, com 66, no domingo, às 20h30, no Estádio do Dragão, no Porto, no dérbi portuense da 33.ª e penúltima ronda.