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O Exército israelita indicou esta quinta-feira ter retirado cerca de 150.000 pessoas da cidade de Rafah desde que ali iniciou uma ofensiva, na segunda-feira, tendo também neutralizado 50 “homens armados”, horas após a ONU referir mais de 90.000 deslocados.

No âmbito da operação que iniciaram na zona oriental de Rafah, com o controlo da parte palestiniana do posto de passagem fronteiriça com o Egito, as Forças de Defesa de Israel (FDI) afirmaram ter localizado nas últimas horas uma dezena de túneis subterrâneos que serão demolidos, noticiou o diário The Times of Israel.

A passagem para o Egito continua encerrada e as FDI não têm, por enquanto, intenção de estender a ordem de evacuação a outras zonas de Rafah, situada no extremo sul da Faixa de Gaza, enquanto aguardam avanços nas negociações com o movimento islamita palestiniano Hamas para a libertação dos reféns que mantém em cativeiro.

As FDI invadiram finalmente Rafah após várias semanas de ameaças, apesar dos apelos da comunidade internacional, que alertou para as consequências catastróficas que uma tal operação teria para os cerca de 1,4 milhões de pessoas que se encontram ali encurraladas, depois de terem fugido de outras zonas.

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O Governo israelita liderado por Benjamin Netanyahu decidiu na terça-feira avançar com a invasão, apesar de o Hamas ter comunicado na véspera que tinha aceitado os termos de uma proposta de cessar-fogo apresentada pelo Qatar e o Egito.

Entretanto, a Casa Branca (presidência norte-americana) anunciou algumas restrições ao envio de armamento aos aliados israelitas, depois de estes terem posto em marcha esta ofensiva.

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Netanyahu reiterou que a guerra prosseguirá independentemente do apoio dos seus aliados.

Israel declarou a 7 de outubro do ano passado uma guerra na Faixa de Gaza para “erradicar” o Hamas depois de este, horas antes, ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, fazendo 1.163 mortos, na maioria civis.

Desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel, o Hamas fez também 250 reféns, 128 dos quais permanecem em cativeiro e pelo menos 35 morreram entretanto, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas.

A guerra, que entrou esta quinta-feira no 216.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza quase 35.000 mortos, pelo menos 78.404 feridos e milhares de desaparecidos presumivelmente soterrados nos escombros, na maioria civis, de acordo com números atualizados das autoridades locais.

O conflito causou também quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa “situação de fome catastrófica” que está a fazer vítimas – “o número mais elevado alguma vez registado” pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.