Yoon Suk-yeol, presidente da Coreia do Sul, propôs esta quinta-feira a criação de um ministério de modo a combater a baixa natalidade do país, que está atualmente perto de uma crise demográfica.

Na primeira conferência de imprensa em quase dois anos e, após a derrota do partido nas eleições gerais de abril, o presidente da Coreia do Sul refletiu sobre a questão.

“Estou a pedir a cooperação do Parlamento para rever a organização do Governo, a fim de criar um Ministério do Planeamento para combater a baixa taxa de natalidade”, afirmou.

A Coreia do Sul, país com cerca de 50 milhões de habitantes atravessa, neste momento, uma crise demográfica, depois de no ano passado ter atingido o número mais baixo de recém-nascidos desde as estatísticas compiladas em 1970.

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De ano para ano, os números de recém-nascidos têm vindo a diminuir. De acordo com dados preliminares da agência estatal de estatísticas, desceu de 4,9 (registado em 2022), para 4,5 o número de recém-nascidos por cada mil habitantes.

A taxa de fecundidade está também em decadência, sendo neste momento apontados apenas 0,72 filhos por mulher, longe dos 2,1 necessários para manter a população ao nível atual do país. Esta taxa não era atingida desde o final da década de 1980.

Assim, e sem recurso à imigração, calcula-se que a população da Coreia do Sul deverá reduzir para metade até 2100, de acordo com especialistas.

A taxa de fertilidade do país é a mais baixa da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e a média de idade em que a mulher tem o primeiro filho a mais elevada, aos 33,6 anos.

Apesar dos baixos registos de natalidade, a Coreia do Sul é denotada pelo investimento de milhões e milhões no campo, quer através de subsídios, serviços de acolhimento de crianças e ajuda para tratamentos de infertilidade, mas sem sucesso.