Não foi o melhor arranque de preparação, conheceu pelo meio um resultado acima das expetativas. Depois de um Campeonato da Europa onde, não conseguindo superar o sexto lugar de 2020, voltou a destacar-se como uma das sensações da competição (com um sétimo posto na classificação final), a Seleção de andebol teve de fazer três alterações em relação à convocatória inicial com as saídas dos irmãos Costa, as principais caras da nova geração, e Diogo Rêma por lesão para as entradas de João Gomes, Gonçalo Vieira e Manuel Gaspar, mas nem isso impediu que conseguisse uma segunda parte fantástica diante da Bósnia em Guimarães e ganhasse uma vantagem de dez golos no playoff de apuramento para o Mundial de 2025, que terá uma organização conjunta entre Croácia, Noruega e Dinamarca entre janeiro e fevereiro do próximo ano.

Portugal adianta-se à Bósnia e Herzegovina no apuramento para Mundial de andebol

“Estamos serenos e tranquilos. Vir à Bósnia e ter uma viagem fácil é impossível, a não ser que tivéssemos dinheiro para ter um charter e isso não existe… Portanto, foi uma viagem difícil, cansativa mas já estamos a recuperar e está tudo a correr como estava previsto desde o início. Depois, o trabalho não é muito diferente. Aquilo que nós fizemos foi ver o que é que ainda podemos fazer melhor em relação ao jogo anterior, procurar corrigir alguns detalhes. Sabemos que vai ser jogo com carácter mais emocional, porque jogar aqui na Bósnia é sempre uma tarefa difícil. Normalmente, os balcânicos gostam mais de jogar em casa com o seu público, com todo um ambiente que criam, que é habitual. Vamo-nos preparar para isso. Vamos voar para mais uma qualificação, que é isso que nós queremos”, destacara o selecionador Paulo Jorge Pereira.

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“O facto de termos preparado o jogo com muita seriedade fez com que tivéssemos o segundo melhor resultado de todos os jogos da primeira mão deste playoff. Há uma pergunta que fica sempre: ‘Será que conseguiríamos ter dez golos de vantagem se não tivéssemos sido tão sérios como fomos a preparar este jogo?’. Fomos e vamos continuar a ser aqui. É certo também que é um momento difícil para toda a gente porque há muitos atletas nas diferentes seleções que também jogam muita coisa nos seus clubes. Temos que encontrar um ponto de equilíbrio para atingir o nosso objetivo e, ao mesmo tempo, fazer com que ninguém se lesione, que não haja demasiados confrontos no jogo”, acrescentara o técnico nacional antes da partida.

Foi tudo isso que se viu ao longo da partida, que cedo se percebeu que não teria história em relação às contas da eliminatória e que teria como principal ponto de destaque a possibilidade de Portugal voltar a ganhar a segunda mão. A primeira parte apontava para isso, com a Seleção a travar o bom início da Bósnia para ir ganhando uma vantagem que chegou ao intervalo nos quatro golos (17-13). No segundo tempo, os visitados foram conseguindo reduzir o atraso, conseguiram mesmo empatar e deixaram tudo em aberto para os 15 minutos finais que chegaram com uma igualdade a 21 mas com Portugal a ter o triunfo na mão com 26-23 a quatro minutos do final antes de permitir a recuperação para o empate a 26 no último minuto.

Com este apuramento, a Seleção garantiu a terceira presença consecutiva em fases finais do Campeonato do Mundo (sexta no total desde 1997), confirmando uma série de presenças seguidas nas grandes provas internacionais desde 2020 em que só falhou um novo apuramento para Paris-2024: sexto lugar no Europeu de 2020 (melhor participação de sempre), décimo no Mundial de 2021 (melhor participação de sempre), fase de grupos dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 (primeira participação de sempre), 19.º no Europeu de 2022, 13.º no Mundial de 2023 e sétimo no Europeu deste ano.

Qualificados para o Mundial de 2025 (Croácia, Dinamarca e Noruega)

  • Pote 1: Dinamarca, França, Suécia, Alemanha, Hungria, Eslovénia, Portugal e Egito
  • Pote 2: Áustria, Noruega, Islândia, Croácia, Países Baixos, Espanha, Itália e Chéquia
  • Pote 3: Qatar, Brasil, Polónia, Argentina, Cuba, Macedónia do Norte, Japão e Argélia
  • Pote 4: Bahrain, Tunísia, Chile, Kuwait, Cabo Verde, Guiné, EUA e a definir