O presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Carlos Moedas, afirmou, esta quinta-feira, que vai assumir também a vereação da cultura “com muita naturalidade e muito empenho”, por ser “central” para o seu projeto na autarquia desde o início.

O presidente da CML falava aos jornalistas no Complexo dos Ateliers dos Coruchéus, em Lisboa, no final de uma conferência de imprensa de apresentação da 7.ª ARCOlisboa – Feira Internacional de Arte Contemporânea, que vai decorrer de 23 a 26 de maio na Cordoaria Nacional.

Quando houve esta mudança na câmara nem me passou pela cabeça que a cultura fosse para um vereador. A cultura terá de ficar centralizada na minha pessoa”, afirmou o autarca questionado sobre o anúncio da assunção da pasta, depois da suspensão do mandato do vereador Diogo Moura, que será substituído por Joana Oliveira Costa, ainda sem pelouros, segundo fonte da autarquia.

O vereador Diogo Moura (CDS), com a responsabilidade da Cultura na CML, suspendeu o mandato na semana passada, a pedido do presidente da autarquia, dias depois de ter sido formalmente acusado pelo Ministério Público do crime de fraude, em duas eleições internas dos democratas-cristãos.

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“É com muita naturalidade e muito empenho que vou ser também o vereador da cultura”, salientou Carlos Moedas aos jornalistas, recordando: “Fui o primeiro candidato, na altura, à câmara de Lisboa, a ter como a primeira prioridade de todas — e fui criticado por isso — com a proposta do programa ‘Um Teatro em cada Bairro'”.

“Eu falei de cultura antes dos outros. É central para o meu projeto”, sublinhou, esta quinta-feira, o presidente da CML.

Numa declaração escrita enviada à Lusa, no domingo, Carlos Moedas revelou que pediu a Diogo Moura “que suspendesse o seu mandato, pedido a que o próprio acedeu de imediato”.

Na quarta-feira, o autarca social-democrata explicou que, “apesar de as alegações que são imputadas [a Diogo Moura] não se reportarem ao mandando enquanto vereador”, considerou “não haver condições” para que aquele continuasse “a desenvolver o seu trabalho em prol dos lisboetas”.

O autarca louvou “o excelente trabalho, empenho e dedicação” de Diogo Moura ao longo dos últimos dois anos e meio como vereador, “em áreas como a Inovação, Economia e Cultura”. Entre os seus pelouros estavam também a Relação com as Juntas de Freguesia, o Espaço Público, os Abastecimentos e Mercados, o Programa “Lojas com História” ou o Orçamento Participativo.

Fonte do município adiantou quarta-feira à Lusa que a tomada de posse de Joana Oliveira Costa decorre esta quinta-feira e que os pelouros da autarca, vereadora em regime de substituição desde 2021, serão tornados públicos “oportunamente”.

Joana Oliveira Costa, do CDS-PP, é vice-presidente da Comissão Política Concelhia de Lisboa do partido, desde 2022, e aluna da licenciatura em Direito na Universidade Católica de Lisboa.

O Ministério Público acusou Diogo Moura, que é também vice-presidente do CDS-PP, de “dois crimes de fraude em eleições, agravados”, por ter alegadamente procurado manipular os votos de militantes em dois atos eleitorais (2019 e 2021), noticiou na quinta-feira a CNN Portugal.