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A organização de direitos humanos Human Rights Watch (HRW) pediu esta segunda-feira aos países membros do Tribunal Penal Internacional (TPI) que protejam a sua independência face a “pressões hostis que provavelmente aumentarão”.

A declaração, assinada pelo diretor de Justiça Internacional da organização não-governamental, Balkees Jarrah, surge num momento em que os juízes do TPI estão a examinar o pedido do procurador Karim Khan para que emitam um mandado de detenção contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, contra o seu ministro da Defesa, Yoav Gallant, e contra os três principais líderes do grupo islamita palestiniano Hamas.

Procurador do Tribunal Penal Internacional pede detenção de primeiro-ministro israelita e chefes do Hamas

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A HRW acredita que o pedido de Khan de mandados de prisão foi feito perante “pressão dos legisladores dos Estados Unidos e outros”, e que, apesar disso, “reafirma o papel crucial do tribunal”.

A organização sublinha que as vítimas de graves abusos em Israel e na Palestina “encontraram um muro da impunidade durante décadas” e o pedido do procurador abre a porta para que “os responsáveis pelas atrocidades cometidas nos últimos meses respondam pelas suas ações num julgamento justo”.

Karim Khan pediu esta segunda-feira a emissão de mandados de captura contra o primeiro-ministro israelita e contra o líder do Hamas na Faixa de Gaza, Yahya Sinwar.

Netanyahu e Sinwar são suspeitos de crimes de guerra e crimes contra a humanidade, segundo um comunicado divulgado por Khan em Haia, Países Baixos, sede do TPI.

O procurador também pediu ao TPI que emita mandados de captura contra o ministro da Defesa israelita, o comandante das Brigadas Al-Qassam do Hamas, Mohammed Al-Masri, e o chefe do gabinete político do grupo palestiniano, Ismail Haniyeh, radicado no Qatar.

Os pedidos de mandados ocorrem mais de sete meses após o início de uma nova guerra na Faixa de Gaza, desencadeada por um ataque terrorista do Hamas em solo israelita, que deixou acima de 1.100 mortos e cerca de 250 pessoas levadas como reféns.

Em retaliação, Israel empreendeu desde então uma ofensiva em grande escala no território palestiniano, que já fez mais de 35 mil mortos, na maioria civis, segundo o Governo do Hamas, e provocou uma grave crise humanitária.