O cabeça de lista da IL às eleições regionais da Madeira defendeu esta segunda-feira que a cobrança excessiva de impostos do ano passado esgotar-se-á rapidamente e que o que cria folga orçamental é a redução da máquina do Estado.

Nuno Morna comentava as declarações do cabeça de lista do PS, Paulo Cafôfo, que assegurou esta segunda-feira que as propostas do partido são viáveis do ponto de vista orçamental, através do aumento da receita fiscal e do corte de algumas despesas.

“Têm folga orçamental, mas expliquem-me como. Pelo excesso de impostos que cobraram no ano passado? Mas isso esgota-se num instante e dá para um ano. E para os outros?”, questionou o candidato liberal, que falava no âmbito de uma iniciativa de contacto com a população na freguesia do Caniço.

Nuno Morna considerou que aquilo que cria “folga orçamental” é a redução da “máquina do Estado”, com a criação de uma central de compras que permita que se compre mais barato, assim como a redução da burocracia, que minimizaria custos em eletricidade e outros materiais.

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“Isto é que cria folga orçamental, porque é uma folga orçamental constante, não ilusória porque cobrámos mais imposto agora vamos dar tudo e depois para o ano logo vemos como é”, reforçou o candidato às eleições antecipadas de domingo.

O coordenador da IL/Madeira disse ainda que o PS “anda constantemente a dizer que vai virar a página, mas esquece-se de dizer uma coisa às pessoas: é que o livro é exatamente o mesmo”.

Já relativamente ao PSD, que a IL acusou recentemente de prometer “mundos e fundos” e de não ter propostas exequíveis, Nuno Morna insistiu: “O PSD, se tem sempre folga orçamental para tudo e mais alguma coisa nas campanhas, porque é que depois na governação não aplica essas folgas orçamentais?”, questionou.

“Nós passamos o tempo inteiro a ser bombardeados que o PIB [Produto Interno Bruto] aumenta, o desemprego é o mais baixo do país e por aí fora, e no entanto, temos uma Madeira onde a maior parte da sua força laboral aufere o salário mínimo”, declarou o candidato, eleito deputado único nas eleições regionais do ano passado.

As legislativas da Madeira decorrem com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.

As eleições antecipadas ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.

Em setembro de 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta e elegeu 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e o BE obtiveram um mandato cada.