A candidatura do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) às eleições legislativas madeirenses destacou esta segunda-feira a necessidade de investir na educação para as questões ambientais, e alertou para a falta de ecopontos na ilha da Madeira, em particular nas zonas rurais.
“A população reclama da pouca recolha de lixo, o facto de os contentores ficarem cheios, o mau cheiro”, afirmou a cabeça de lista do PAN às eleições regionais antecipadas, Mónica Freitas, em declarações à agência Lusa, no âmbito de uma ação de campanha na Universidade da Madeira, no Funchal.
A cabeça de lista, que é deputada única do PAN e assinou um acordo de incidência parlamentar com os social-democratas, viabilizando o Governo Regional PSD/CDS-PP, voltou a fazer campanha esta segunda-feira à porta da universidade, onde esteve a semana passada, para “continuar a dar a conhecer o PAN, estar juntos das pessoas e de todas as faixas etárias, incluindo também os jovens”.
“Até porque nós próprios somos um partido muito jovem e com propostas nesse sentido”, indicou Mónica Freitas, contando com o apoio de cerca de uma dezena de militantes e simpatizantes do PAN que abordavam os estudantes à saída da universidade, entregando um folheto de apelo ao voto no partido nas eleições de domingo.
Dedicando esta segunda-feira a assinalar as questões ambientais, a cabeça de lista do PAN denunciou “a falta de ecopontos em determinadas zonas”, inclusive no Funchal, “embora não tanto como em zonas mais rurais como a Quinta Grande [Câmara de Lobos] e Campanário [Ribeira Brava]”, onde a caravana de campanha esteve na parte da manhã.
Mónica Freitas referiu que a “pouca recolha de lixo” tem consequências ao nível da saúde e bem-estar da população, indicando que o PAN já teve uma reunião com a empresa Águas e Resíduos da Madeira (ARM) e confirmou que “há uma falta de recursos humanos”.
Considerando que deve haver um investimento nesta área, a candidata do PAN defendeu a responsabilização dos cidadãos “em fazer a redução do lixo e em ter o cuidado na hora de fazer a separação” de resíduos.
“Por isso é que o PAN conjuga estas questões ambientais com a parte da educação, […] porque é importante continuar a sensibilizar e a apostar nas aulas da cidadania, não só com os jovens, mas também a nível comunitário, com toda a população, haver esta sensibilização e consciencialização para a importância, não só da separação do lixo, mas a redução também do lixo”, reforçou.
Sublinhando que para mudar mentalidades e comportamentos “a chave é a educação”, Mónica Freitas disse que é importante ter políticas em “áreas como a igualdade de género, questões ambientais, a causa animal, que são áreas que, normalmente, ficam um bocado esquecidas a nível político”.
A educação, segundo o PAN, deve passar “essencialmente pelas escolas”, através da disciplina de cidadania e de “um reforço dessas aulas no sentido de ter temas abrangentes, ser mais aberta à comunidade civil”, em que associações que trabalham no terreno este tipo de problemáticas e que até fazem trabalhos de sensibilização possam entrar no universo escolar.
“Não é obrigar, é promover, e para promover é preciso que quem seja governo e quem esteja representado na assembleia dê voz a estas causas”, declarou Mónica Freitas.
A candidata do PAN está confiante de que o partido vai voltar a conseguir um mandato nas eleições antecipadas de domingo, acrescentando que “tudo o que vier a mais é extra, é bónus”.
Catorze candidaturas disputam os 47 lugares no parlamento regional: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.
Em 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta, com 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco o Chega quatro, enquanto CDU, IL, PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e BE obtiveram um mandato cada.