A organização portuguesa Plataforma Unitária de Solidariedade com a Palestina (PUSP) distanciou-se e condenou este sábado, num comunicado, todo e qualquer discurso de ódio, da homo e transfobia ao racismo, da islamofobia ao antissemitismo.

No comunicado, a organização, que promoveu na quarta-feira uma manifestação em Lisboa como protesto contra as celebrações do 76.º aniversário da fundação do Estado de Israel, lembra ter “um orgulho imenso” por contar entre os “companheiros de luta” uma série de pessoas de origem judaica, algumas delas parte do coletivo “Judeus pela Paz e Justiça”.

Segundo a PUSP, posteriormente, em comunicados enviados à imprensa, a Comunidade Israelita de Lisboa e a Embaixada de Israel em Portugal caracterizaram o protesto como antissemita e violento.

“Recusamos veementemente ambas as acusações”, refuta a PUSP, sublinhando que a rejeição das políticas israelitas e o apoio aos direitos das pessoas palestinianas “não são atos de antissemitismo”. Aliás, acrescenta-se no documento, “antissionismo não é antissemitismo”.

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A seguir à manifestação, a PUSP promoveu também uma vigília, tendo ambas decorrido defronte do Cinema São Jorge, em Lisboa.

“Da mesma forma que nos revoltamos contra o sionismo — um movimento político que ao longo das décadas mais não tem feito que roubar territórios palestinianos, deslocando das suas casas e terras e/ou assassinando centenas de milhares de pessoas, numa ocupação mortífera que leva quase 80 anos de existência –, fazemo-lo com igual força, determinação e orgulho contra o antissemitismo”, acrescenta-se no documento.

A PUSP denuncia também o ataque do Estado de Israel às populações palestinianas, na sequência do ’07 de outubro’, depois da ofensiva do movimento islamita Hamas a solo israelita, que provocou cerca de 1.200 mortos e na qual foram feitos mais de 240 reféns.

“Só nos últimos sete meses e meio, [Israel] matou quase 36.000 pessoas palestinianas, entre elas mais de 15.000 crianças, deixando mais de 80.000 seriamente feridas e à volta de 10.000 desaparecidas (números referentes apenas à faixa de Gaza…). Seria risível, se não fosse tão grave, que os representantes e apoiantes desse mesmo Estado venham falar de intolerância e violência, referindo-se a um protesto unitário e pacífico”, termina o comunicado da PUSP.