O secretário-geral do PCP acusou este domingo o Governo do PSD e do CDS de recorrerem a “truques para acentuar as injustiças e as desigualdades” e de promoverem “uma política claramente ao serviço dos grupos económicos”.

“Podemos dizer que, à boleia dos justos anseios e das justas reivindicações do nosso povo, o atual governo do PSD e do CDS recorre a truques para acentuar a exploração, para acentuar as injustiças e as desigualdades, e a uma política claramente ao serviço dos grupos económicos”, disse Paulo Raimundo num comício de campanha eleitoral para as eleições europeias, realizado em Setúbal.

“Foi assim no IRS, um truque para tentar centrar a discussão nos impostos, procurando esconder que o único objetivo que têm é baixar, isso sim, os impostos, nomeadamente o IRC e a derrama para os grandes grupos económicos, para as grandes empresas, para essas coitadas dos 25 milhões de euros de lucros por dia”.

Para o líder comunista, trata-se de “um truque para tentar desviar a atenção da questão central, da questão estruturante, da medida urgente e necessária, aquela que é a grande emergência nacional, que é o aumento geral e significativo dos salários, essa sim, a grande medida que se impõe”.

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Perante centenas de apoiantes na Praça do Bocage, em Setúbal, Paulo Raimundo defendeu que as medidas urgentes que o Governo deveria tomar passam por “um aumento geral e significativo de salários” e “um aumento geral extraordinário das reformas e das pensões, de todas as reformas e de todas as pensões”, a par de outras medidas necessárias nos serviços públicos, designadamente na área da saúde.

Sobre o novo aeroporto, Paulo Raimundo defendeu que “é mesmo para construir o mais depressa possível”, e garantiu que o PCP também não vai deixar de procurar esclarecer a “jogatana da privatização da ANA”, concessionária dos aeroportos portugueses, que, disse o líder comunista, “deixou a multinacional francesa  VINCI com um grande poder nas suas mãos”.

No comício, o cabeça de lista da CDU às eleições para o Parlamento Europeu, João Oliveira, disse que, ao contrário do que algumas forças políticas pretendem fazer crer, estas eleições são importantes para o futuro dos portugueses.

“Ao contrário daquilo que outros procuram fazer crer, é da vida concreta dos portugueses, é da vida e do futuro do nosso país, é do destino do nosso futuro coletivo que estamos a tratar nestas eleições, é de salários e de reformas e de acesso à saúde, à habitação e à educação, e de pôr o país a produzir para criar mais riqueza, mais emprego, para dar resposta às necessidades do povo e preparar o país para o futuro”, disse.

“Apresentamo-nos estas eleições com um compromisso de luta pela igualdade, pela liberdade e pela democracia, de combate contra as discriminações, contra as desigualdades que atingem as mulheres, os imigrantes, contra o racismo e a xenofobia com que as forças reacionárias e da extrema-direita querem dividir o povo e os trabalhadores, para que seja mais fácil sujeitá-los à exploração, à escravatura e à miséria”, disse o cabeça de lista da CDU nas eleições para o Parlamento Europeu.