O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) congratulou-se nesta segunda-feira com o trabalho dos Estados-membros para melhorar a saúde das populações, por exemplo, lutando contra o tabagismo e incentivando as práticas saudáveis.

Tedros Adhanom Ghebreyesus falava na 77.ª Assembleia Mundial da Saúde, durante a apresentação do relatório sobre o trabalho da OMS em 2023.

Esta é a única das três metas que estimamos que será alcançada, prevendo-se que 1,5 mil milhões de pessoas desfrutem de melhor saúde e bem-estar até 2025″, adiantou.

Segundo o responsável, em 150 países o consumo de tabaco está a diminuir e há agora menos 19 milhões de fumadores do que há dois anos em todo o mundo, sendo que mais de 90 países aumentaram os impostos sobre o tabaco entre 2020 e 2022.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“No ano passado, outros 13 países aprovaram ou implementaram medidas (…) para eliminar a gordura trans” (encontrada sobretudo em alimentos ultraprocessados), disse, adiantando que “quase metade da população mundial está agora protegida por tais medidas, em comparação com apenas 7% em 2018”, quando a OMS lançou um apelo neste sentido.

A agência das Nações Unidas para a saúde calcula que aquelas medidas “reduziram em dois terços” o número dos que morriam devido às gorduras trans.

Destacou ainda que cada vez mais países tomam medidas para combater a obesidade e aumentar a amamentação, tendo 28 aumentado os impostos sobre o álcool ou as bebidas açucaradas.

O ano passado, a OMS respondeu a 65 emergências, incluindo os terramotos na Turquia e na Síria e os conflitos em Gaza, na Ucrânia na Etiópia, Haiti, Sudão, Myanmar e República Democrática do Congo, entre outros.

Os surtos de doenças mais preocupantes foram os de cólera, dengue, difteria, hepatite E, sarampo e mpox (conhecida como “varíola dos macacos”), disse.

A organização calcula que 777 milhões de pessoas estarão mais bem protegidas contra emergências de saúde até 2025, o que representa três quartos do objetivo estabelecido de mil milhões.

Tedros Adhanom Ghebreyesus indicou também que o ano de 2023 foi produtivo em termos do trabalho da organização no apoio ao acesso a medicamentos e outros produtos de saúde.

“Pré-qualificámos 120 medicamentos, vacinas, diagnósticos e outros produtos, para o VIH, malária, tuberculose multirresistente, Ébola, poliomielite e Covid-19, bem como os primeiros análogos de insulina de ação prolongada” e “emitimos oito alertas para produtos médicos de qualidade inferior ou falsificados”, exemplificou.

Referiu ainda que a OMS continua “a apoiar os países na resposta à crescente crise de resistência antimicrobiana, que mata pelo menos 1,3 milhões de pessoas todos os anos“.

Em relação à meta de mais mil milhões de pessoas beneficiarem da cobertura universal de saúde até 2025, o responsável lamentou que as estimativas apontem apenas para pouco mais de metade (585 milhões).

O diretor-geral da OMS afirmou que as alterações climáticas poderão ser a maior ameaça para a saúde e assinalou que 149 países assinaram a declaração sobre o tema saída da Conferência da ONU sobre Alterações Climáticas (COP28), no final de 2023, bem como que os doadores se comprometeram “com mais de mil milhões de dólares (920,6 mil milhões de euros) para fazer face aos impactos”.

Tedros Adhanom Ghebreyesus apresentou igualmente um balanço do trabalho da organização relativo à vacinação, à redução da mortalidade maternal e infantil, à erradicação da poliomielite, ao reforço dos sistemas de saúde e às doenças não transmissíveis.