O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) alertou nesta sexta-feira para as “condições inferiores” a que estão sujeitos os médicos civis que trabalham no Hospital Militar e lamentou a falta de intervenção do Presidente da República nessa matéria.

Neste momento os médicos civis do Hospital Militar são tratados em condições claramente inferiores às dos médicos do Serviço Nacional de Saúde (SNS), o que acarretará, inevitavelmente, a continuação da saída de especialistas e com depauperação da resposta prestada”, adiantou o sindicato em comunicado.

Tendo em conta que os cuidados de saúde para os militares, veteranos e suas famílias “são essenciais” ao país, a estrutura sindical salientou “não ser compreensível” a forma como os médicos civis que prestam serviço nas Forças Armadas têm sido tratados nos últimos 10 anos, apesar do Acordo Coletivo de Empregador Público assinado em 2019.

O SIM alertou para a dificuldade em encontrar médicos para os concursos que são abertos, assim como para a inexistência de concursos para assistentes graduado sénior e para a “falta de respeito por todos aqueles que, sendo consultores, continuam há cerca de uma década a receber como assistentes”.

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Além disso, “impõe-se a aplicação do regime de dedicação plena solicitado por vários médicos desde janeiro e ainda inexplicavelmente sem resposta”, salientou ainda o sindicato, ao defender que os médicos das Forças Armadas possam participar no regime de recuperação das listas de espera do Serviço Nacional de Saúde, com os respetivos incrementos financeiros associados.

“Infelizmente, apesar de conhecer estes problemas, o Comandante Supremo das Forças Armadas — o Presidente da República — não tem tido qualquer intervenção nesta matéria”, lamentou o sindicato, ao adiantar que já foi recebido pelo Secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional

O sindicato espera que, após 100 dias de governação, “haja soluções que permitam inverter a tendência de contratação de prestadores”, alertando que atualmente “mais de 50% dos cuidados de saúde são prestados por tarefeiros”.

“Aguardamos pacientemente uma resposta célere, se tal não acontecer, é nossa obrigação tomar medidas para que o Governo finalmente respeite os nossos militares e os médicos da Forças Armadas”, avisou a estrutura sindical.