A Unidade Local de Saúde (ULS) de Coimbra vai aumentar as equipas durante o verão com a contratação de cerca de 70 profissionais, entre enfermeiros e assistentes operacionais, anunciou esta quinta-feira o organismo.

Em conferência de imprensa, o presidente da ULS, Alexandre Lourenço, disse que a unidade aposta sobretudo no “reforço da escala e das equipas de urgência de adultos, pediatria e obstetrícia”, o que passa por contratar “quase 50 enfermeiros e mais de duas dezenas de assistentes operacionais”.

Alexandre Lourenço falava aos jornalistas no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), na apresentação do plano de contingência para a resposta sazonal em saúde na época estival, que começou no dia 15 e se prolonga até 30 de setembro.

O aumento do número de camas disponíveis, nas urgências de adultos e de obstetrícia, e o recurso à telemedicina, enquanto “instrumento de contacto entre serviços de urgência, entre serviços clínicos e com os cuidados de saúde primários”, é outra das medidas excecionais neste período.

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No âmbito do plano de verão, a ULS de Coimbra adota também “um modelo de governação em articulação com os hospitais da região Centro, que inclui reuniões semanais de acompanhamento entre conselhos de administração e direções clínicas”, segundo Alexandre Lourenço, que estava acompanhado de outros responsáveis pela resposta sazonal.

Foi igualmente anunciada a criação de “um esquema de contacto privilegiado entre chefes de equipa de urgência e médicos residentes, com partilha de lista de contactos”.

O grupo de acompanhamento com competências operacionais “foi desenhado a pensar nas especificidades desta época do ano”, que exigem “preparação e resposta particular dos serviços de saúde, por poder ter repercussões graves na saúde humana”, nos meses previsivelmente mais quentes.

O líder da ULS revelou que outra das medidas para este verão “é a centralização da urgência noturna nos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), com a suspensão da admissão de doentes entre as 20h00 e as 8h00 no Hospital Geral”, mais conhecido por Hospital dos Covões, na margem esquerda do rio Mondego.

“Deve o atendimento ser direcionado para o polo HUC neste horário, com reforço da escala deste último”, adiantou Alexandre Lourenço.

A medida prevê a disponibilização de “uma ambulância em permanência” nos HUC, “para retornos aos hospitais de origem de doentes que reúnam condições clínicas para tal”, bem como a criação de um Centro de Responsabilidade Integrada (CRI) para as urgências.

A Unidade Local vai ainda criar dois postos de enfermagem, que funcionarão sete dias por semana, entre 13 de julho e 31 de agosto, nas praias de Mira e da Tocha, em articulação com as câmaras municipais de Mira e Cantanhede, respetivamente.

“Portugal é um dos países europeus mais vulneráveis às alterações climáticas e aos fenómenos climáticos extremos”, afirmou o presidente da ULS de Coimbra, citando dados da Direção-Geral da Saúde.

Face à “expectativa de encerramento ou suspensão de serviços a nível nacional”, designadamente nos hospitais do Centro, a ULS “garante a única resposta de urgência disponível para cerca de dois milhões de habitantes”.

“As [eventuais] situações de catástrofe não são cobertas por este plano, devendo ser ativada a Comissão de Catástrofe e Planeamento Hospitalar de Emergência, a quem compete ativar o plano de emergência externa e o plano de emergência interna”, esclareceu esta quinta-feira a estrutura presidida por Alexandre Lourenço.

Na apresentação do plano, participaram também a diretora clínica para os Cuidados Hospitalares da ULS, Cláudia Nazareth, a diretora clínica para os Cuidados de Saúde Primários, Almerinda Rodrigues, a coordenadora da Unidade de Saúde Pública, Maria Fernanda Silva, e os responsáveis pelos serviços de Urgência de Adultos, Pediatria e Obstetrícia.