A fundadora e presidente da Defined.ai, Daniela Braga, considerou esta segunda-feira que o pacote de medidas “Acelerar a Economia”, aprovado na quinta-feira em Conselho de Ministros, deve integrar a inteligência artificial, para que Portugal não perca o barco desta tecnologia.

Há uma palavra chamada digitalização no pacotão e há algumas palavras à volta dessa área. Não há uma palavra à volta da inteligência artificial”, afirmou Daniela Braga à Lusa, à margem da conferência Millennium Talks, que decorreu esta segunda-feira em Lisboa.

Um “pacotão” que corta ainda mais receita em 2025 e repesca benefício fiscal de Costa para estrangeiros

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“Eu entendo que o país tem certamente outros problemas para resolver, há coisas mais tangíveis, mas quem não apanhar o barco da inteligência artificial, no mundo, vai ser apanhado. É uma tecnologia tão basilar como a internet no ano 2000, como a eletricidade, e vai ter grandes impactos sociais em todos os domínios de desenvolvimento”, defendeu a responsável da empresa.

O Governo apresentou na quinta-feira um pacote de 60 medidas para acelerar a economia portuguesa, que incluem a redução do IRC, ao ritmo de dois pontos percentuais por ano, até atingir os 15% no final da legislatura e a criação de grupos de IVA.

Quanto a benefícios fiscais para residentes não habituais ou ao abrigo de outros programas, Daniela Braga assume que as diferenças de tratamento entre trabalhadores tornam o ambiente desconfortável.

No entender da CEO, a diferença de tratamento entre os trabalhadores de nacionalidade portuguesa que trabalham lado a lado com os trabalhadores estrangeiros ou portugueses que regressam e têm incentivo fiscal “é muito desconfortável dentro das empresas”.

Admitindo que não sabe como tal pode ser resolvido, sugeriu que os trabalhadores de “áreas de topo tecnológicas têm de ter o mesmo regime”.

Senão nós podemos perder novamente os portugueses que estão cá”, alertou.