O presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, pediu esta segunda-feira “proatividade” e “boa-fé” que permitam “consensos” nas negociações sobre o Orçamento do Estado para 2025, evitando uma crise política que diz não ser desejada pelos portugueses.

“Está em curso uma metodologia que o Governo lançou no sentido de encontrar espaços de consensos, de diálogo, para que o Orçamento possa vir a ser aprovado, como, creio eu, o povo português, deseja”, explicou, em declarações à Lusa à margem 13.ª Assembleia Parlamentar ordinária da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (AP-CPLP), que arrancou hoje em Maputo.

Questionado sobre as condições políticas para a viabilização do Orçamento do próximo ano, o presidente da Assembleia da República voltou a elogiar o método dessas conversações em curso em São Bento, apelando à responsabilidade de todos.

“Eu acho que a metodologia é correta, acho que a proatividade que se espera, quer do Governo quer dos diversos partidos que estão representados na Assembleia, deve partir de uma base de boa-fé. Ela existe, seguramente, com o interesse de colocarmos o interesse nacional acima daquilo que são os interesses partidários“, acrescentou, garantindo estar convicto que “o povo português não quer eleições antecipadas”

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“E, portanto, aguarda que os seus representantes na Assembleia da República possam chegar a um consenso e, por isso, acho que o tempo da antecedência em relação à aprovação do Orçamento é correto. Estamos agora a trabalhar e eu desejo que esse consenso seja conseguido, para que o Orçamento possa ser viabilizado”, concluiu.

Questionado sobre se a necessidade deste consenso será vital para o atual momento político em Portugal, José Pedro Aguiar-Branco sublinhou não ser desejável realiza de novo eleições legislativas.

“É muito importante. Em democracia, como se costuma dizer, há sempre soluções, mas é evidente que é fundamental, porque não se deseja que haja eleições antecipadas, isso não contribuía para resolver os problemas urgentes que é preciso resolver, há mecanismos de votação na Assembleia da República que permitem que esse consenso passe, com as observações que todos os partidos desejam fazer em relação àquilo que é o conteúdo do Orçamento”.

A AP-CPLP é dirigida pela presidente do Senado da Guiné-Equatorial, Teresa Efua Asangono, e esta reunião ordinária decorre em Maputo até terça-feira.

A CPLP tem como estados-membros Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné-Equatorial, Portugal, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.