A Autoridade da Concorrência anunciou a decisão de não se opor à tomada de controlo da distribuidora VASP pelo grupo Bel que é o principal acionista da Global Media. Esta aquisição esteve em investigação aprofundada desde agosto do ano passado devido ao peso que a Global Media tem no segmento de jornais — com o Jornal de Notícias, Diário de Notícias e Jogo — cuja distribuição é uma das atividades da VASP.

O regulador aceitou a operação mediante a assunção de compromissos por parte do comprador que “garantem o acesso de todos os editores à rede de distribuição de jornais e revistas da VASP”. Esses compromissos passam incluir o acesso de todos os editores à rede de distribuição da VASP, como também que este acesso “será feito em condições comerciais, logísticas e de qualidade de serviço justas, razoáveis e não discriminatórias”.

O cumprimento destas condições será garantido por um mandatário de monitorização a quem caberá avaliar qualquer proposta de alteração das condições comerciais.

A operação é realizada através da Palavras de Prestígio empresa do grupo Bel que, à data da notificação da aquisição, tinha 50% do capital da VASP, ficando com 100% pela opção de compra das ações detidas pela Cofina. Antes, a empresa do grupo Bel tinha adquirido a participação da Impresa na distribuidora.

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Global Media. Do negócio de 300 milhões à venda das sedes até ficar com salários em atraso e um dono misterioso

Dadas as ligações acionistas à empresa que concentra as participações do grupo de Marco Galinha na imprensa, com destaque para a Global Media, a Autoridade da Concorrência identificou o risco de a VASP “passar a atuar em benefício dos jornais e revistas da Global Media e, eventualmente, discriminando o acesso das publicações periódicas dos editores concorrentes da Global Media”. Só perante os compromissos assumidos pelo comprador é que o regulador deixou passar a compra.

Durante a avaliação desta operação, o Grupo Bel vendeu a posição de controlo na Global Media a um fundo com sede nas Bahamas cujos beneficiários não são conhecidos, mas está em negociações para recomprar as ações, na sequência da crise que abalou o grupo com ameaças de despedimentos e atraso no pagamento de salários. A própria Global Media está na fase final de venda dos jornais JN e Jogo a outros investidores aos quais está também associado o grupo Bel de Marco Galinha.