O Chega/Madeira exigiu esta quarta-feira a “demissão imediata” dos responsáveis regionais da Proteção Civil e da conservação das florestas e da natureza, devido à “gestão ineficaz” ao incêndio que lavra há uma semana na região.

“A situação dos últimos dias é uma clara demonstração de incapacidade de resposta por parte das autoridades responsáveis, que têm colocado em risco vidas humanas e o património natural da Madeira”, afirma o líder do Chega/Madeira, Miguel Castro, citado num comunicado.

Nesse sentido, a estrutura regional do Chega defende a “demissão imediata” do secretário da Saúde e Proteção Civil, do presidente da Proteção Civil e do presidente do Instituto das Florestas e Conservação da Natureza (IFCN), acusando-os de “gestão ineficaz” no combate ao incêndios que lavra há oito dias na ilha da Madeira.

“A coordenação das operações de combate aos incêndios mostrou-se ineficaz e insuficiente, levando à propagação rápida das chamas e à devastação de uma vasta área florestal, comprometendo a segurança das populações locais e do ambiente. É urgente uma mudança na liderança para que situações como esta não voltem a ocorrer”, defende Miguel Castro.

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O líder do Chega/Madeira já tinha pedido no domingo a demissão dos responsáveis regionais de proteção civil e do IFCN, durante uma visita à Serra de Água.

Entretanto, em declarações hoje à tarde à RTP, Miguel Castro admitiu a possibilidade de o partido apresentar no parlamento regional um moção de censura, caso estes responsáveis não se demitam.

“Se estas personalidades […] não puserem o seu lugar à disposição e não assumirem que, realmente, falharam nós, obviamente, apresentaremos uma moção de censura no parlamento regional. Obviamente que essa moção só fará sentido se todos os partidos da oposição votarem favoravelmente”, afirmou.

Também esta quarta-feira a Iniciativa Liberal (IL) da Madeira criticou a gestão “desastrosa” e a postura do Governo Regional no combate ao incêndio na ilha da Madeira, defendendo a “demissão imediata” do secretário com a tutela da Proteção Civil, Pedro Ramos.

O incêndio rural na ilha da Madeira deflagrou há uma semana, dia 14 de agosto, nas serras do município da Ribeira Brava, propagando-se progressivamente aos concelhos de Câmara de Lobos, Ponta do Sol e, através do Pico Ruivo, Santana.

Nestes oito dias, as autoridades deram indicação a perto de 200 pessoas para saírem das suas habitações por precaução e disponibilizaram equipamentos públicos de acolhimento, mas muitos moradores já regressaram, à exceção da Fajã das Galinhas, em Câmara de Lobos.

O combate às chamas tem sido dificultado pelo vento, agora mais reduzido, e pelas temperaturas elevadas, mas não há registo de destruição de casas e infraestruturas essenciais.

Alguns bombeiros receberam assistência por exaustão ou ferimentos ligeiros, não havendo mais feridos.

Dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais, indicados pelo presidente do Serviço Regional de Proteção Civil, António Nunes, apontam para perto de 4.393 hectares de área ardida até às 12h00 de terça-feira.

A Polícia Judiciária está a investigar as causas do incêndio, mas o presidente do executivo madeirense, Miguel Albuquerque, já disse tratar-se de fogo posto.