O Instituto Nacional de Meteorologia de (INAM) moçambicano alertou para uma vaga de “calor intenso” que vai afetar esta quarta-feira sete províncias do centro e sul do país, incluindo Maputo, com os termómetros a atingirem 40 graus centígrados.

O alerta emitido pelo INAM, que se segue a um outro do género emitido na semana passada, é válido até às 16h00 locais (menos uma hora em Lisboa) desta quarta-feira e identifica, no sul do país, como “áreas de risco”, cinco distritos da província de Inhambane, três da província de Maputo, e todos os distritos de Gaza.

No centro de Moçambique sofrerão os efeitos da vaga de calor sete distritos da província de Sofala, três de Manica, sete de Tete, incluindo a cidade capital de província, e quatro da Zambézia.

Neste alerta, o INAM refere que devido à “persistência da advecção de ar quente e seco para o interior de Moçambique”, prevê para esta quarta-feira a “continuação do calor intenso, com temperaturas máximas variando de 35 a 40 graus celsius” nos distritos identificados.

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“Face ao desconforto causado pelo tempo previsto, recomenda-se a tomada de medidas de precaução de segurança”, sublinha o INAM.

Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas no mundo, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre outubro e abril.

O período chuvoso de 2018/2019 foi dos mais severos de que há memória em Moçambique: 714 pessoas morreram, incluindo 648 vítimas dos ciclones Idai e Kenneth, dois dos maiores de sempre a atingir o país.

Já no primeiro trimestre do ano passado, as chuvas intensas e a passagem do ciclone Freddy provocaram 306 mortos, afetaram no país mais de 1,3 milhões de pessoas, destruíram 236 mil casas e 3.200 salas de aula, segundo dados oficiais do Governo.

No final de setembro, o Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, apelou à preparação da população e das entidades para os previvíeis efeitos do fenómeno El Ninõ no país nos meses seguintes, com previsões de chuvas acima do normal e focos de seca.

“A história repete-se. Então, temos de criar condições de resiliência. Nesse sentido, o Governo emitirá avisos regulares para manter a população informada e preparada para as condições climáticas que podem não ser favoráveis à vida, à produção ou às infraestruturas”, disse o chefe de Estado.