As mulheres muçulmanas que cubram o rosto com burca não poderão sentar-se nas galerias abertas ao público do parlamento australiano, determina um regulamento aprovado esta quarta-feira por aquele órgão legislativo.

“As pessoas que entrem com o rosto coberto nas galerias da Câmara dos Representantes e do Senado deverão sentar-se numa galeria fechada”, de acordo com a nova ordem do Departamento de Serviços Parlamentares, que produz efeitos imediatos.

As autoridades parlamentares também analisam uma proposta no sentido de proibir os véus que cubram o rosto das pessoas nos controlos da entrada do parlamento, segundo a estação televisiva ABC.

A medida, que foi desenhada depois de no mês passado ter sido reforçada a segurança do parlamento perante uma presumível ameaça de atentado terrorista, desencadeou críticas por parte de diversos setores políticos e civis.

O Comissariado contra a Discriminação Racial, Tim Soutphommasane, sublinhou que “ninguém deve ser tratado como um cidadão de segunda classe e muito menos no seu próprio parlamento”, alertando que esta proibição pode motivar ataques nas ruas contras as mulheres muçulmanas e aguçar a propaganda extremista, de acordo com a ABC.

Soutphommasane disse não haver qualquer evidência que indique que as burcas (que cobrem todo o corpo deixando apenas visíveis os olhos) supõem uma ameaça especial à segurança nacional, pelo que a sua interdição “pode simplesmente aumentar as tensões culturais e a desconfiança social”.

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