Paradoxo aparente, ou talvez nem tanto, o mais recente modelo da Land Rover (e, porventura, uma das mais disruptivas criações da marca britânica dos últimos tempos) foi buscar o seu nome aos primeiros protótipos, de 1969, daquele que, ainda hoje, é a referência entre os TT/SUV de luxo: o Range Rover. Quarto membro da família Range Rover, o recém-apresentado Velar posiciona-se, em termos de dimensões e preço, entre o Evoque e o Range Rover Sport, e garante combinar luxo, requinte e aptidões TT de uma forma única no segmento dos SUV de médio porte, de forma a poder conquistar para o seu construtor um novo tipo de cliente.

Uma proposta que assume, sem rodeios, a ousadia de um estilo, exterior e interior, simples e “reducionista”. Porém, radical. Sobre as linhas exteriores, as imagens falarão por si. Ainda assim, valerá a pena destacar pormenores como o capot em forma de concha, o tejadilho flutuante, as ópticas dianteiras sempre por LED (em matriz de LED laser nas versões de topo, uma estreia no segmento), os puxadores das portas articulados à face da carroçaria, as jantes de até 22” ou o Cx de 0,32, o melhor de sempre para um Land Rover.

O interior desenvolve-se em torno do novo sistema de infoentretenimento Touch Pro Duo da casa britânica, composto por dois ecrãs tácteis de 10” e alta definição enquadrados na superfície, que permanecem ocultos até serem ligados. São completados por dois selectores rotativos tácteis, passíveis de serem reconfigurados para realizar diversas funções (regular a temperatura do ar condicionado, ajustar os valores de massagem dos bancos ou definir o modo Terrain Response, entre outras), e pelos interruptores tácteis programáveis existentes no volante. Com isto, reduziu-se ao mínimo a quantidade de botões existentes a bordo.

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Com uma decoração simples mas elegante, sofisticada e requintada, o habitáculo propõe, como alternativa à pele, um novo revestimento têxtil produzido com materiais premium sustentáveis, desenvolvido em colaboração com a Kvadrat. São muitas as opções de cores, revestimentos e acabamentos disponíveis, a que se junta uma habitabilidade anunciada como muito ampla, e uma bagageira cuja capacidade pode variar entre 673 e 1.731 litros, graças ao banco traseiro rebatível na proporção 40/20/40. Atributo que se deve, em boa parte, à distância entre eixos de 2.874 mm (2.660 mm no Evoque, 2.023 mm no Range Rover Sport). A mesma do Jaguar F-Pace, que partilha com o Velar a plataforma composta em boa parte por alumínio (no caso do novo Range Rover, 81% da carroçaria em bruto), o que permite manter o peso em valores relativamente contidos – liminarmente acima dos 1.800 kg na versão mais leve.

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A suspensão, por triângulos sobrepostos na frente e do tipo multilink atrás, conta com amortecimento pilotado em todas as versões de acesso, e com amortecimento pneumático nas variantes animadas por motores V6 (disponível, como opção, para as derivações mais potentes dos motores de quatro cilindros em linha).

A propósito, são seis as unidades motrizes com que o novo Velar será disponibilizado, todas sobrealimentadas e combinadas com a caixa automática ZF de oito velocidades. A de quatro cilindros em linha com 2,0 litros de capacidade é proposta em duas versões a gasóleo (com um turbo e 180 cv, ou biturbo de 240 cv), e outras tantas a gasolina, com injecção directa a 200 bar, turbo de dupla entrada e comando electro-hidráulico das válvulas de admissão: uma com 250 cv, a outra (no que será o tetracilíndrico mais potente da história da Land Rover) com 300 cv, e disponível apenas alguns meses após o início da comercialização. No topo da oferta estão o 3-0 V6 turbodiesel de 300 cv e o 3.0-V6 Supercharged, sobrealimentado por um compressor mecânico, com 380 cv.

Além de um comportamento em estrada e de um conforto de marcha de referência, o Velar promete estar apto a fazer jus aos pergaminhos do seu construtor quando se trata de enfrentar outros terrenos que não o asfalto. Por isso, todas as versões estão equipadas com o sistema de tracção integral em que a repartição do binário entre os dois eixos é assegurada pela caixa de transferências de uma velocidade com uma embraiagem multidisco em banho de óleo, complementada pelo diferencial traseiro de bloqueio electrónico nas versões de seis cilindros.

Também fazem parte do seu rol de atributos os sistemas Terrain Response 2, All Terrain Progress Control, HDC (controlo electrónico de descidas) Gradient Release Control e o Arranque de Baixa Tracção. A que se há que aliar os favoráveis ângulos característicos, em que os valores entre parêntesis são relativos às versões dotadas de suspensão pneumática: ataque de 27,15° (28,89°), saída de 29,07° (29,5°), ventral de 21° (23,5°), altura ao solo de 213 mm (251 mm) e passagem a vau de 600 mm (650 mm). Neste particular, referência também para o facto de o menu 4x4i incluir, agora, informação sobre o ângulo de inclinação e imagens das câmaras dianteira e traseira, e ainda dados frequentes como o ângulo do volante, a distribuição do binário da transmissão, a articulação da suspensão e os valores do sensor de passagem a vau.

A segurança também não foi esquecida, incluindo-se no leque de trunfos do Velar a travagem autónoma de emergência com detecção de peões, o cruise control adaptativo com assistência em engarrafamentos e limitador de velocidade adaptativo, o alerta de saída de faixa, o assistente à manutenção na faixa de rodagem, o monitor da atenção do condutor, o leitor de sinais de trânsito e o sistema de detecção de veículos em marcha-atrás.

Proposto nas especificações Velar e Velar R-Dynamic, e com os níveis de equipamento Standard, S, SE e HSE, o Velar será ainda disponibilizado, durante o primeiro ano de comercialização, e apenas com os motores V6, numa versão especial de lançamento First Edition com carroçaria pintada à mão, interior totalmente revestido a pele, bancos em pele Windsor perfurada, sistema de som exclusivo Meridian de 1.600 W, faróis em matriz de LED laser e jantes 22” com acabamento espelhado polido.

Já disponível para encomenda em Portugal, ainda que a entrega das primeiras unidades a clientes esteja prevista apenas para o final do Verão, o Velar irá custar entre nós 68.212€ na sua versão mais acessível, a 2.0 a gasolina de 250 cv, ou seja, bem mais do que o mais barato dos Jaguar F-Pace à venda no nosso país. Os preços do 2.0 turbodiesel de 180 cv iniciam-se nos 71.033€, os do 2.0 turbodiesel de 240 cv nos 77.957€, os do 3.0-V6 a gasóleo nos 93.305€ e os do 3.0-0 V6 S/C nos 93.242€. As variantes First Edition custam 136.391€ com motor turbodiesel, e 136.281€ com motor a gasolina.