Bruno de Carvalho não se deslocou a Madrid por estar prestes a ser pai, mas nem por isso deixou de ser notícia na antecâmara do jogo entre o Atlético e o Sporting pela entrevista que concedeu à agência EFE, onde garantiu (mais uma vez) a continuidade de Jorge Jesus no comando técnico dos leões na próxima temporada.

“Um projeto é mais que um jogo ou que um resultado, é uma filosofia e um caminho que temos de percorrer. Claro que queremos ganhar tudo e queríamos ser campeões, mas um projeto não se interrompe por causa de um jogo ou de um mau resultado”, destacou, antes de “dar a tática” para a primeira mão dos quartos da Liga Europa: “Em vez de serem 11 em campo, teremos de ser 22. Foi o que disse aos jogadores. Temos de nos desdobrar, fazer o dobro”.

As coisas acabaram por não correr de feição ao conjunto verde e branco, que aos 22 segundos já perdia por 1-0. No final, entre muitos erros mais individuais do que coletivos, ao contrário do que é normal, o Sporting vai tentar reverter uma desvantagem de dois golos, algo que conseguiu apenas duas vezes nas competições europeias. E Bruno de Carvalho, numa espécie de crónica do jogo, criticou alguns jogadores verde e brancos, como os centrais Coates e Mathieu pelos lapsos em campo ou Fábio Coentrão e Bas Dost pelos amarelos que viram.

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“São perguntas que não têm nada a ver com o jogo. É uma novidade para mim o que o presidente escreveu. Não vou responder sobre qualquer situação do meu presidente, esqueça isso”, comentou Jorge Jesus na conferência de imprensa no Wanda Metropolitano após o final do encontro, quando ainda não tinha conhecimento do post.

Só tinham de fazer uma coisa. Só uma. E foi a única que não fizeram (a crónica do Atl. Madrid-Sporting)

“De 11, em vez de 22 como queria, fomos nove, muitas vezes, e isso paga-se caro…”, atirou mesmo o presidente leonino. “Viver um jogo de longe custa muito mais, mas ver erros grosseiros de jogadores internacionais e experientes ainda acrescenta mais ao sofrimento. Obrigado aos cerca de 4.000 sportinguistas que se deslocaram a Madrid! Vocês são únicos!”, rematou no texto colocado no Facebook, que aqui deixamos na íntegra.

ACTUALIZAÇÃO: TODOS OS QUE VIERAM, PARA A MINHA PÁGINA PESSOAL, DAR LICÕES DE MORAL OU DETURPAR O QUE ESCREVI, FICARAM…

Posted by Bruno de Carvalho on Thursday, April 5, 2018

O que queria ter visto:

Uma equipa concentrada, com atitude e compromisso, defensivamente irrepreensível e com faro de golo. De 11 superarem-se e tornarem-se 22.

O que vi:

Uma equipa com atitude mas com uma defesa que não esteve concentrada. Coates e Mathieu a fazerem o que os avançados do Atlético não conseguiam. E o 2-0 a surgir sem nada terem feito para isso, a não ser (e não é pouco) marcarem.

Gelson, aos 32 minutos, isolado frente a Oblak, em vez de “fuzilar” para a esquerda, tenta colocar em jeito, mas sem força, para o lado direito perdendo um golo que já quase se gritava.

De 11, em vez de 22 como queria, fomos 9, muitas vezes, e isso paga-se caro…

Fábio e Bas Dost “não quiseram jogar” em Alvalade, com faltas para amarelo que nunca poderiam ter feito.

Diego Costa a ser “intocável”, sendo que “pediu” amarelo várias vezes mas não conseguiu, apesar de o merecer pelo esforço constante.

Um livre não assinalado encostado à grande área por falta devido a corte com a mão do jogador do Atlético aos 83 minutos. As mãos e a cara continuam a confundir os russos.

Uma falta aos 87 minutos pelas costas que devia ter dado cartão amarelo ao jogador do Atlético, sendo que isso evidenciou critérios disciplinares diferentes.

Coates fica isolado e, sem foco e não estando concentrado, em vez de rematar faz um passe para Oblak.

E, para terminar, Montero, aos 92 minutos, desperdiçou um golo feito com um remate para o céu quando só se pedia um simples encosto.

O Atlético não dominou mas venceu por 2-0.

O Sporting CP demonstrou que tem equipa para fazer mais, mas não o fez.

Agora, em vez de podermos resolver mais fácil em Alvalade, resta-nos sonhar com a reviravolta. É possível? É! Era necessário este resultado de hoje? Não!

Viver um jogo de longe custa muito mais, mas ver erros grosseiros de jogadores internacionais e experientes ainda acrescenta mais ao sofrimento.

Obrigado aos cerca de 4.000 Sportinguistas que se deslocaram a Madrid! Vocês são únicos!