1838 – Nasce, entre as ruas Sá da Bandeira, Formosa, Fernandes Tomás e Alexandre Braga, no Porto, uma feira ao ar livre, num terreno adquirido ao cabido da cidade e no qual existia um lameiro atravessado por um riacho que formava uma bolha de água – daí o nome de Bolhão.

Bolhão

(DR Arnaldo Soares)

1900 – O executivo camarário começa a pensar na construção de um grande mercado abastecedor para a cidade do Porto, que na altura tinha cerca de 166 mil habitantes.

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1910 – Apresentado o primeiro ante-projeto, da autoria do arquitecto Casimiro Barbosa. Esse projeto tinha como eixo central a rua Sá da Bandeira e era composto por duas alas, tendo sido abandonado por razões económicas.

1914 – O projeto é repensado pelo arquitecto Correia da Silva e, a 19 de julho, iniciam-se as obras do mercado, que é o que atualmente existe. “O mercado é construído obedecendo a preocupações de ordem urbanística e de expansão da Cidade do Porto. É também uma obra de vanguarda na utilização do betão armado conjugado com estruturas metálicas, coberturas em madeira de riga e cantaria de pedra granítica da região”, pode ler-se no blog do Mercado do Bolhão, que luta pela reabilitação do espaço.

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(Phil Ayres/Wikimedia Commons)

1984 – A 15 de maio, a Câmara Municipal do Porto faz uma inspeção ao mercado e conclui que “os pavimentos demonstram patologias construtivas graves”, lê-se no mesmo blog. Seguem-se obras, mas os técnicos camarários chegam à conclusão que são necessárias obras de fundo.

1992 – A 22 de setembro, o projeto do arquitecto Joaquim Massena é aprovado pela câmara. Este projeto “mantém as características funcionais de Praça Aberta com abrigos pontuais em cada espaço” mas prevê também a inclusão de escadas rolantes e a construção de um parque de estacionamento subterrâneo no local, lê-se no site do arquitecto.

1994 – No âmbito da construção do Metro do Porto o projeto é retomado para incluir uma saída da futura estação do Bolhão diretamente dentro do mercado. A adjudicação para continuar as obras é feita em 1996.

1998 – Apresentada uma reformulação do projeto de Joaquim Massena, que obtém parecer favorável de todas as entidades envolvidas, incluindo o IPPAR, a quem, no ano anterior, se fizera um pedido de classificação.

2006 – Depois de um longo processo burocrático, a câmara lança um concurso internacional para as obras e exploração do mercado. Concorrem o Grupo Amorim e a empresa holandesa Tramcorne.

2008 – A 28 de janeiro, a proposta da Tramcorne é aprovada na câmara municipal, sendo o contrato assinado a 30 de janeiro. A empresa admite que na altura que “a demolição de todo o interior do Mercado do Bolhão é uma inevitabilidade”, sendo que o espaço livre fica “para a construção de um hipermercado, shopping center e habitações de luxo [e] uns meros 3% (…) reservados a mercado tradicional”, refere o blog do Mercado. A propósito desse projeto, Clara Ferreira Alves assinou uma coluna de opinião no Expresso com o título “O Bolhão que se f…”

2009 – O projeto de reabilitação passa da Tramcorne para o IGESPAR (antigo IPPAR), ficando apenas a exploração do mercado entregue a privados. É uma decisão de Rui Rio fortemente contestada pelos comerciantes.

2014 – Surgem notícias de que o projeto de reabilitação está a ser “reequacionado”. Este sábado, 19 de julho, o Observador avança em exclusivo que as obras avançarão ainda durante o mandato de Rui Moreira.