O Presidente da República e o primeiro-ministro declararam nesta quarta-feira que foram “surpreendidos” pelo anúncio antecipado da adesão da Guiné Equatorial à CPLP e que desvalorizaram essa “incidência protocolar” em nome do sucesso da Cimeira de Díli.

Na abertura da Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) realizada hoje em Díli, Timor-Leste, o presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Odiang, foi chamado à mesa pelo protocolo timorense como membro de pleno direito desta organização, antes da aprovação formal desta adesão.

Em conferência de imprensa, questionado sobre este episódio, o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, afirmou: “Fomos surpreendidos. Mas o que nós queríamos, acima de tudo, era ajudar Timor-Leste para que esta Cimeira fosse um sucesso, e Portugal deveria ter sempre em mente no seu comportamento e nas suas atitudes quão importante era o sucesso desta cimeira para Timor”.

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, subscreveu as palavras do Presidente da República, acrescentando: “Creio que não há nenhuma necessidade de estar a hipervalorizar um aspeto de incidência protocolar. Nós atribuímos importância às questões de natureza protocolar, evidentemente, mas, como o senhor Presidente aqui referiu, não quereríamos com certeza, do nosso lado, um outro incidente protocolar que criasse uma dificuldade grande a quem está a gerir os trabalhos e tem a presidência da Cimeira”.

O chefe do executivo PSD/CDS-PP rejeitou, contudo, que a adesão da Guiné Equatorial à CPLP fosse um facto consumado no início da Cimeira de Díli: “Ficou muito claro, em todo o caso, que uma decisão só foi adotada após uma discussão importante que foi realizada entre os chefes de Estado e de Governo e que foi justamente motivada por uma intervenção do senhor Presidente da República Portuguesa”.

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