796kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

Histórias de Arte na Mesopotâmia e no Antigo Egito

Duas das mais antigas civilizações sedentárias, a Mesopotâmia e o Antigo Egipto, deixaram manifestações artísticas poderosas que viriam a impactar as culturas subsequentes. Incluindo a contemporânea.

A Mesopotâmia deve o seu nome de batismo a uma palavra de origem grega que significava “terra entre dois rios”.  Esses dois rios eram o Tigre e Eufrates – o seu território estendia-se por uma área que hoje corresponde ao Iraque e partes da Turquia, Irão, Síria e Kuwait. Foi aí que os sumérios desenvolveram, por volta de 3000 a.C, a escrita cuneiforme, que desempenhou um papel crucial na expressão religiosa e no poder político, sendo frequentemente encontrada em monumentos e esculturas.

Tal como a Mesopotâmia, também o antigo Egipto floresceu em margens férteis, neste caso as do Nilo. Teve uma monarquia contínua: os faraós governaram durante mais de 3000 anos, a partir de 3100 a.C. Assim, a arte egípcia caracteriza-se por um carácter constante, de continuidade, embora com alguns períodos de mudança, como o chamado período de Amarna, em que o faraó Akhenaten instaurou um culto essencialmente monoteísta, centrado em Aton, o deus Sol. Os chamados “estilos” na arte egípcia ajudam a identificar diferentes períodos cronológicos, embora devam ser interpretados com cautela.

É importante notar que o conceito moderno de “arte pela arte” não se aplicava necessariamente à produção artística destas antigas civilizações. A arte na Mesopotâmia e no Antigo Egipto estava intrinsecamente ligada ao contexto político e religioso, refletindo o poder dos monarcas e servindo como expressão da criatividade humana. Portanto, contemplar os artefactos que delas resultaram apenas como objetos estéticos pode levar à perda do seu significado original, associado à religião e à política. Ainda assim, a arte não deixa de ser uma manifestação da capacidade criativa dos seres humanos dessas épocas, pelo que a sua dimensão antropológica não deve ser ignorada.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Tanto a Mesopotâmia como o Antigo Egipto tiveram um impacto duradouro nas civilizações europeias, desde a Grécia e Roma antigas, onde já havia coleções de antiguidades egípcias. O interesse pelo Antigo Egipto intensificou-se no século XIX, com a popularização das pirâmides e múmias, levando a que ocorresse uma verdadeira “egiptomania” no Ocidente. Esse interesse refletiu-se em diversos campos artísticos, desde as chamadas “artes maiores” – arquitetura e escultura –  às “artes menores”, decorativas, como a ourivesaria e cerâmica. A música, o teatro, a moda e até a publicidade também se deixaram influenciar por essa corrente.

A Mesopotâmia despertou o interesse dos europeus sobretudo durante os séculos XIX e XX, altura em que ocorreram escavações arqueológicas intensas. Da coleção de Calouste Gulbenkian consta uma peça notável: um baixo-relevo representando um génio alado, proveniente do palácio do rei Assurnasirpal II (c. 883 a.C.) em Nimrud.

Baixo-relevo génio alado. Assíria, Nimrud, século IX a.C. Alabastro. Inv. n.º 118

Embora a influência da arte mesopotâmica se tenha feito notar na imaginação ocidental, a arte egípcia continua a ser mais popular, provavelmente devido à maior disponibilidade de artefactos e à sua acessibilidade.

A coleção de antiguidades egípcias reunida por Calouste Gulbenkian a partir de 1920 é de grande importância para a história da arte egípcia. Com um total de 54 peças, vai desde o Império Antigo ao período romano, fornecendo uma visão abrangente da história do Antigo Egipto. Nela, destacam-se peças como o baixo-relevo da princesa Meritités, em calcário, que exibe a cartela do faraó Khufu, e a cabeça do faraó Senuseret III, em obsidiana, ambas adquiridas em 1922.

Cabeça de Senuseret III. Egito, Império Médio, XII dinastia (c. 1860 a. C.). Obsidiana. Museu Calouste Gulbenkian

Catarina Gomes Ferreira

As artes da Mesopotâmia e do Antigo Egito deixaram um legado duradouro e influenciaram não apenas as civilizações da época, mas também as que se lhes seguiram, principalmente no segundo caso. Isso ficou, aliás, bem evidente na exposição “Faraós Superstars”, realizada no Museu Calouste Gulbenkian em parceria com o MuCem de Marselha, um retrato panorâmico da riqueza fascinante desta antiga civilização.

Assine o Observador a partir de 0,18€/ dia

Não é só para chegar ao fim deste artigo:

  • Leitura sem limites, em qualquer dispositivo
  • Menos publicidade
  • Desconto na Academia Observador
  • Desconto na revista best-of
  • Newsletter exclusiva
  • Conversas com jornalistas exclusivas
  • Oferta de artigos
  • Participação nos comentários

Apoie agora o jornalismo independente

Ver planos

Oferta limitada

Apoio ao cliente | Já é assinante? Faça logout e inicie sessão na conta com a qual tem uma assinatura

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.

Vivemos tempos interessantes e importantes

Se 1% dos nossos leitores assinasse o Observador, conseguiríamos aumentar ainda mais o nosso investimento no escrutínio dos poderes públicos e na capacidade de explicarmos todas as crises – as nacionais e as internacionais. Hoje como nunca é essencial apoiar o jornalismo independente para estar bem informado. Torne-se assinante a partir de 0,18€/ dia.

Ver planos