Uma fotografia de um carregamento de mísseis tirada em 2014 durante um treino militar da Força Aérea dos Estados Unidos na Coreia do Sul está a ser associada de forma errada à guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas.

“Chegou a Israel o terceiro lote de ajuda humanitária americana às crianças palestinianas”, escreve, em tom irónico, um utilizador de Facebook.

Apesar de verdadeira, a fotografia nada tem a ver com o conflito na Faixa de Gaza, que subiu de tom com o ataque do Hamas a Israel, no dia 7 de outubro.

Uma pesquisa da imagem no Google leva-nos ao site da Base Aérea norte-americana de Kunsan, na Coreia do Sul. A mesma fotografia também aparece no banco de dados divulgado pelo exército norte-americano.

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Ambos os sites indicam que a fotografia foi tirada a 23 de outubro de 2014, na referida instalação militar dos Estados Unidos na Coreia do Sul.

Conclui-se, portanto, que a fotografia é verdadeira e que mostra, de facto, um carregamento militar, mas que nada tem a ver com o atual conflito na Faixa de Gaza.

“Mais de 80 bombas BLU-109 e Mark-84 são exibidas na área de armazenamento de munição Wolf Pack, Base Aérea de Kunsan, República da Coreia, após uma simulação bem sucedida da destruição de munição de emergência”, lê-se na legenda.

Também no site da Base Aérea de Kunsan encontramos um comunicado datado de 28 de outubro de 2014 referente à imagem. O exército norte-americano explica que esta simulação serviu para “impedir que os inimigos obtenham acesso a recursos críticos de munições para usar contra as Forças Armadas dos EUA e seus aliados”.

Conclusão

Falso. A imagem que circula nas redes sociais e que mostra um carregamento de mísseis não está relacionada com a guerra na Faixa de Gaza. A fotografia é verdadeira, mas foi tirada em 2014 numa base aérea norte-americana na Coreia do Sul.

A fotografia e a respetiva informação estão disponíveis em vários sites do exército dos Estados Unidos. O carregamento de mísseis destinava-se a uma “simulação” militar da Força Aérea norte-americana.

Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:

ERRADO

No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:

FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.

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