Uma publicação que circula no Facebook afirma que, na Dinamarca, os beneficiários de apoios sociais estão impedidos de votar. “Desta forma, evita-se que a cidadania se transforme em clientelismo político e que votem com responsabilidade, elegendo sempre os melhores”, continua a referida publicação. Mas será mesmo assim?

A resposta é não. Segundo o site Life in Denmark (a ferramenta oficial do governo de Copenhaga para as pessoas que chegam ao país), o direito de voto nas eleições para o Folketing — o parlamento dinamarquês — está apenas vedado aos cidadãos menores de 18 anos, a quem não tenha nacionalidade dinamarquesa, aos estrangeiros que não residirem permanentemente no país e também aos cidadãos considerados legalmente incompetentes, ou seja, privados de autonomia legal para agir.

Já nas eleições regionais e municipais, o país abre a possibilidade de voto aos cidadãos de países da União Europeia (a que se juntam a Islândia e a Noruega) que residam permanentemente no país. No entanto, ficam excluídos os estrangeiros que estejam a cumprir uma sentença dada por um tribunal criminal internacional ou pessoas que tenham recebido ordem de expulsão. Estas duas últimas condições de exclusão aplicam-se também às eleições para o Parlamento Europeu.

Esta não é a primeira vez que circulam nas redes sociais informações falsas sobre as pessoas elegíveis para votar nas eleições dinamarquesas. Há quase três anos, vários posts de Facebook sugeriam que Copenhaga tinha aprovado uma lei que proibia os muçulmanos de votar — uma teoria sem qualquer fundamento.

Conclusão

É falso que os beneficiários de apoios sociais estejam impedidos de votar nas eleições na Dinamarca. No caso das eleições parlamentares, o direito de voto está apenas vedado a menores, pessoas sem nacionalidade dinamarquesa, aos estrangeiros que não residirem de forma permanente no país e às pessoas privados de autonomia legal.

ERRADO

No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:

FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.

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