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Medina quer encerrar etapa da pandemia, Moedas diz ser o único que pode derrubar Medina

O primeiro-ministro quis ainda deixar claro que as autarquias terão um papel decisivo na execução dos fundos do PRR e na estratégia que adotarão para as políticas de habitação nos seus municípios. Ou seja, deu a entender que não é o Governo que ajudará mais os municípios socialistas a promoverem habitação acessível — serão os municípios socialistas que adotarão mais políticas nesse sentido.

“Os 2750 milhões de euros que estão no PRR não são para serem gastos pelo Governo, são para serem disponibilizadas às autarquias locais para que cada autarquia local possa executar a sua estratégia local de habitação”, começou por dizer.

Não é o Governo que diferencia as autarquias, são elas que se diferenciam: há as que apostam em dar resposta às necessidades de habitação das suas populações e aquelas que infelizmente têm outras prioridades”, referiu.

Depois, falou dos investimentos previstos no PRR para serem aplicados em Coimbra: “Por exemplo na área da cultura: a requalificação do Museu Machado de Castro ou a intervenção no Museu de Santa Clara. E os investimentos previstos para, de uma vez por todas, tornarmos realidade o sistema de mobilidade do Mondego”.

“Antes falava-se e discutia-se se era melhor o comboio, metro, isto ou aquilo. Há uma coisa que é certa: o pior é não haver nada e hoje a obra está no Governo e vai mesmo ser uma realidade sistema de mobilidade do Mondego”, vincou.

“Com os recursos que a UE pôs á nossa disposição, não podemos limitar-nos a querer chegar ao ponto em que estaríamos sem pandemia. Temos obrigação e dever connosco, com a UE e com as nossas gerações de ir muito mais além e muito mais rápido”, referiu.

O discurso terminou com vivas: “Viva o PS. Viva Coimbra. Viva Portugal. Viva Portugal. Viva Portugal”.

Embalado na defesa do Serviço Nacional de Saúde durante o seu discurso, mas também vincando a importância da colaboração entre poder central e poder local, António Costa começou por apontar: “Foi de facto trabalhando em conjunto ao mesmo tempo que reforçávamos o SNS, as juntas de freguesia apoiavam famílias que tinham necessidade que a comida chegasse a casa e não podiam sair. Foi assim que muitos municípios reforçaram o apoio que o Governo concedia para que as PME, asfixiadas por estarem fechadas, pudessem sobreviver, manter o emprego e o salário dos seus trabalhadores — e estão hoje já a recuperar da crise económica”.

“Foi em conjunta que mobilizando desde a excelência da capacidade de organização das nossas forças armadas, dos recursos do Governo, das instalações dos município, conseguimos montar estes centros de vacinação que permitem dizer com muito orgulho que somos o melhor país do mundo na execução do processo de vacinação”, vincou Costa.

“Isto não é competindo uns com os outros, é trabalhando em equipa e parceria, funcionando em rede”, que se prossegue, disse ainda.

No discurso de esta quarta-feira à noite em Coimbra, o primeiro-ministro lembrou “um grande conimbricense”, António Arnaut, histórico socialista que morreu em 2018.

“O que derrotou esta pandemia antes de mais nada foi o sentimento de comunidade, o espírito de solidariedade , que nos uniu a todos e permitiu e permite enfrentar juntos esta pandemia”, referiu o primeiro-ministro.

“E são estes os valores. São estes valores da solidariedade, de que todos estamos cá para nos apoiarmos uns aos outros, de que ninguém pode ficar para trás e ser privado dos bens essenciais por carências económicas, que há cerca de 40 anos inspiraram esse grande conimbricence que é o Antonio Arnaut e que lançaram as bases do SNS”, referiu ainda.

A introdução serviu para elogiar o papel do SNS no combate à pandemia. “Se hoje estamos aqui, devemo-lo seguramente à excelência, competência, dedicação e profissionalismo de todos os profissionais de saúde. Mas devemo-lo também à forma como estão organizados e trabalham nos estabelecimentos do SNS”, referiu Costa.

Costa em comício no Teatro Académico Gil Vicente, em Coimbra, com o presidente e candidato do PS à Câmara Municipal Manuel Machado (@ DIOGO VENTURA/OBSERVADOR)

O primeiro-ministro visou depois “a direita”: “E aqueles que à direita durante anos andaram a fazer campanha contra o SNS, andaram a dizer que o SNS era um caos, aqueles que à direita em vários concelhos prometem pagar seguros de saúde gratuitos, como se através das companhias de seguros é que tivéssemos acesso à saúde… No momento mais difícil e exigente, quem provou ter capacidade de resposta foi o Serviço Nacional de Saúde”.

No discurso do comício de esta noite, em Coimbra (que durou mais de 20 minutos), António Costa apelou ao voto nos candidatos do PS nas autárquicas.

Dando o exemplo de Coimbra, elogiou Manuel Machado, presidente da Câmara Municipal de Coimbra, e Jorge Veloso, presidente da junta de freguesia de São Martinho do Bispo e Ribeira de Frades, que também faz parte do concelho.

“O PS tem muito orgulho daquilo que é o trabalho autárquico do PS e dos autarcas do PS no concelho de Coimbra”, disse António Costa, notando: “E não é para menos, porque seguramente não é por acaso que o presidente da Associação Nacional Freguesias é o Jorge Veloso e o presidente da Associação Nacional de Municípios é o Manuel Machado”.

“Se os presidentes de junta de todo o país entenderam que o Jorge Veloso era o melhor para presidir a sua associação e se os 308 presidentes de câmaras municipais do país entenderam que o Manuel Machado era o melhor para presidir a sua associação, quem é o melhor presidente para a junta de freguesia e para a câmara municipal de Coimbra se não o Jorge Veloso e o Manuel Machado?”, inquiriu retoricamente o PM, para aplauso dos militantes e simpatizantes na plateia.

@ DIOGO VENTURA/OBSERVADOR

Costa aludiu ainda ao Plano de Recuperação e Resiliência e à importância de garantir o progresso do país, relacionando com isso a vitória do PS nas eleições autárquicas.

“Temos uma enorme responsabilidade pela frente: a enorme responsabilidade de chegarmos a 2026 e dizermos à Europa, a nós próprios quando nos olhamos ao espelho e às novas gerações: nós conseguimos e levámos mesmo este país para a frente, construímos um país mais próximo, mais justo, mais dinâmico e mais moderno, criámos gerações mais felizes e um país mais feliz com as novas gerações”, começou por dizer o PM.

Depois, concluiu rematando o discurso: “É por isso que vamos trabalhar e é por isso que vamos ganhar as eleições do próximo dia 26“.

Em Coimbra para participar num comício com o candidato do PS (e presidente da Câmara Municipal), Manuel Machado, o primeiro-ministro António Costa falou de uma nova maternidade no concelho.

Porque queremos que seja cidade para as novas gerações, para as novíssimas gerações da infância, esta cidade precisa mesmo de ter uma nova maternidade que seja digna desta cidade e desta região”, referiu Costa.

António Costa e Manuel Machado, presidente e recandidato à CMC pelo PS (@ DIOGO VENTURA/OBSERVADOR)

“Temos trabalhado muito nos últimos anos, já vencemos várias das dúvidas, a principal das quais, mais importante das quais era esta: vamos ter a nova maternidade. Já resolvemos o segundo problema, como a financiar. Há neste momento 700 metros de diferença para podermos tomar a decisão final e abrir concurso para a elaboração do projeto”, referiu António Costa.

De seguida, um número de ironia. “Não é altura, estamos em campanha eleitoral, concentra-te no que tens a fazer — mas Manuel [Machado], a partir do dia 27 [de setembro], doa por onde doer, não podemos levar mais do que 3 semanas a resolver o problema dos 700 metros”.

Perante os aplausos na plateia — quem ouvia levantar-se para saudar a garantia deixada pelo primeiro-ministro —, Costa ainda rematou: “De um lado ou de outro da estrada, a maternidade vai-se fazer porque Coimbra precisa dessa maternidade”.

A referência aos 700 metros deve-se às dúvidas sobre o local onde será construída uma nova maternidade em Coimbra — o que, sugeriu António Costa, não deverá impedir um acordo em breve.

O primeiro-ministro português, António Costa, está neste momento no Teatro Académico Gil Vicente, em Coimbra, com o candidato do PS Manuel Machado (também presidente da A.N.M.P. – Associação Nacional de Municipios Portugueses) e com o secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro.

Estas são as imagens da chegada do PM ao Teatro Académico Gil Vicente:

@ DIOGO VENTURA/OBSERVADOR

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