No seu enorme discurso sobre o Estado da União, há uma semana, Ursula von Der Leyen fez duas propostas aparentemente generosas que são um erro: tomar decisões por maioria, em vez de unanimidade, sobre política externa e combater o racismo tornando crimes europeus os crimes de ódio e o discurso de ódio. Ambas podem parecer ideias justas, mas não são boas ideias.

Uma das maiores tentações de Bruxelas ou, melhor dizendo, em Bruxelas (querendo com isto distinguir a Comissão Europeia e o Parlamento Europeu do Conselho,que reúne lá, mas tem as cabeças nas capitais), reside em acreditar que cabe à “Europa” resolver os vários males do mundo, começando pelos males na Europa. E que, se necessário for, deve fazê-lo contra a vontade dos Estados-membros. É uma tentação compreensível, mas não é esse o objectivo da União Europeia (UE).

Quanto mais a União Europeia se imagina como uma potência, a par com os Estados Unidos da América e a China, mais aparece quem acredite que os Estados, os 27 sócios da União, são um empecilho que é necessário domesticar. É verdade que são muitas vezes um empecilho. A questão está em saber se é missão da UE domesticá-los. E em que circunstâncias.

Este artigo é exclusivo para os nossos assinantes: assine agora e beneficie de leitura ilimitada e outras vantagens. Caso já seja assinante inicie aqui a sua sessão. Se pensa que esta mensagem está em erro, contacte o nosso apoio a cliente.