Todos sabemos a importância de nos sentirmos incluídos num determinado grupo. No contexto profissional ou familiar, existe um sentimento inato no ser humano de não se querer sentir excluído, de fazer parte de algo. Atualmente, e com a chegada da pandemia Covid-19, multiplicam-se histórias relacionadas com discriminação, racismo, exclusão, e muitas delas advêm de indivíduos que não só não partilham do sentimento de pertença para com a sua organização, como também se sentem capacitados para julgar tudo e todos em seu redor. Esta falta de inclusão é prejudicial para o coletivo, dado que os trabalhadores, ao não se sentirem aceites, acabam por boicotar a sua prestação, direta ou indiretamente. Assim sendo, para ser possível atingir o sucesso, torna-se essencial que todos os elementos da organização privilegiem o todo, em vez das agendas individuais de cada um.

Mas, ao certo, a questão que impera é como é que levamos os colaboradores a continuarem ativos e que estes sintam que fazem parte da organização?

Não há uma resposta certa para esta pergunta, muito menos uma fórmula mágica para atingir a satisfação dessa necessidade. Contudo há pequenos aspetos que, quando melhorados, podem mudar a forma como o colaborador perceciona o sentimento de pertença face à marca. Um dos primeiros está alicerçado na liderança. A escolha de um dirigente para uma posição tem que ser feita minuciosamente e deve ser sempre acompanhada de uma reflexão profunda sobre as caraterísticas e o conhecimento que o indivíduo poderá acrescentar à organização. Particularmente, em equipas que já colaboram juntas e que, por isso, conseguem identificar os seus pontos fortes e os seus pontos fracos, a escolha deve ainda ser mais refletida e analisada, dado que os colaboradores necessitam de alguém que os ajude, mas que acima de tudo os inspire, que seja um role-model, um exemplo de alguém a seguir.

Uma outra premissa a ter em conta é a empatia para com os restantes colaboradores. Esta característica, deve estar presente não só no líder, mas também em todos os colaboradores que fazem parte da organização. A empatia promove a tolerância ao erro, o desculpar de alguns traços de personalidade e a solução de alguns problemas de forma rápida e eficaz. É uma das características humanas mais relevantes dentro e fora de uma organização.

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Um outro aspeto a destacar é a partilha de feedback, porque este torna possível balizar o desempenho, o progresso e a própria valorização do colaborador. Não se pode gerir expetativas sem existir por base um feedback construtivo que permita alavancar a melhoria contínua.

Por fim, e apesar de nem sempre darmos o devido valor a este tópico, a relação entre colaboradores tem um peso bastante significativo, não só na performance dos funcionários, como na entreajuda e no apoio que cada um presta. É de extrema importância que as organizações compreendam que os colaboradores são primeiramente pessoas e que por isso, precisam de ser nutridas com temas variados que tem de ir muito além do contexto profissional. É importante lembrar que todos nós temos dias maus, que existem determinados momentos em que tudo parece correr menos bem e que, de vez em quando, a vida prega-nos uma partida.

O relevante é lembrar às organizações que a procura pelo lucro está intrinsecamente ligada à motivação e à moral dos seus colaboradores, porque se estes se sentirem valorizados e com orgulho face à organização que representam serão os primeiros a elevar a organização em termos eficiência e eficácia. Como diria um conteúdo com que me deparei há alguns dias – “é a motivação, e não os números que representa a saúde de uma empresa. Os resultados, como o próprio nome já diz, são apenas a consequência”.