O tempo passa e há já quem tenha caído com o peso das suas dívidas durante a crise e já se tenha levantado ou reduzido o seu nível de vida. Se é esse o seu caso é porque não devia centenas de milhões de euros, não estava integrado na rede do poder ou não pertencia a nenhum grande clube de futebol. Para esses, que deviam centenas de milhões de euros, os bancos não têm meios para os obrigar a pagar ou a falir e os mais diversos poderes defendem-nos com o sigilo bancário, ao mesmo tempo que se apresentam como defensores dos desfavorecidos. Nunca como hoje se teve um discurso e se actuou de forma oposta ao que se diz.
Porque não conseguem os bancos que os grandes devedores lhes paguem? Estão protegidos por contratos jurídicos invioláveis, argumenta-se. Ou nada têm nas empresas que eram suas e que, em muitos casos, desnataram. Ou nada têm em nome pessoal como aconteceu por exemplo com Nuno Vasconcellos da Ongoing que só tinha uma mota de águaquando o BCP finalmente resolveu executar a sua dívida de 9,7 milhões de euros.
Bem vindos pois a um país onde os grandes devedores conseguem continuar a dever sem que nada lhes aconteça enquanto outros, os pequeninos, pelo menos alguns, já tiveram tempo para pagar o que devem e reconstruir as suas vidas. Ou estão ainda a pagar caro os erros que cometeram.
Este artigo é exclusivo para os nossos assinantes: assine agora e beneficie de leitura ilimitada e outras vantagens. Caso já seja assinante inicie aqui a sua sessão. Se pensa que esta mensagem está em erro, contacte o nosso apoio a cliente.