“Quando se fecha uma porta, abre-se uma janela”, reza o ditado. Em tempos desafiantes, de dúvidas e sem vislumbre sobre o que se segue, é importante recordar como surgem aqui oportunidades para inovarmos o que fazemos e como fazemos, potenciando a disrupção enquanto se exploram novos horizontes. Deixar o que se conhece, o que é confortável ouprevisível para trás não tem de ser negativo — pelo contrário.

Vivemos uma era onde os avanços tecnológicos acontecem mais rápido do que um piscar de olhos, com ferramentas, aplicações e plataformas que nos acompanham de manhã à noite, nas nossas vidas pessoais e profissionais. No caso das organizações, há mudanças que só acontecem (ou se aceleram) quando estes contextos mais desafiantes surgem, revelando-se a adversidade como a energia necessária para se sair da “zona de conforto”.

Entre o caos, encontra-se a oportunidade, fazendo dos momentos de rutura verdadeiros motores de inovação. Um caso muito concreto está nos modelos de trabalho, que, nos últimos três  anos, viveram alterações de forma tão rápida e concentrada que sentimos ter saltado décadas para a frente. Entre a dúvida e indefinição — afinal, aqui ninguém é mestre de “adivinhação” — podemos perceber como as soluções “tamanho único” devem, cada vez mais, ser abandonadas: a flexibilidade para escolher como, onde e quando trabalhar deve nortear os esforços de adaptação e crescimento das empresas.

Com colaboradores em regime híbrido, espaços de trabalho variáveis e horários diferenciados, o escritório das empresas deve ser olhado como hub de criação e interação entre colegas, mais do que um sítio onde se aparece “de vez em quando”, para tomar café ou “picar o ponto” inexistente mas ameaçador. Para a empresa, é fundamental desenvolver, agora, uma cultura sem preferências ou preconceitos com qualquer um dos modelos escolhidos pelos colaboradores, mantendo um olhar crítico, auto reflexivo e atento sobre o modo como gerimos as suas carreiras e oportunidades de progressão, valorizando não só o tempo como a vida pessoal dos colaboradores.

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O caráter híbrido acarreta autonomia e responsabilidade, trazendo também uma abordagem mais intencional ao modo como trabalhamos e no resultado que criamos. Tiramos tempo para pensar do que precisamos para ser produtivos e o que nos acrescentam os dias no escritório e os dias em casa. Não somos “arrastados” de um sítio para o outro: há um planeamento detalhado porque entendemos o valor que cada interação, presencial ou remota, nos traz. Naturalmente, tudo isto desafia a nossa criatividade e surgiram mudanças transversais a toda a organização.

Apoiar a diversidade é, também, ouvir e respeitar as opções de cada pessoa na equipa, procurando criar as melhores condições para a sua produtividade. Se queremos diversidade de pensamento, de soluções, de abordagem a problemas, então temos que acolher as diferentes maneiras de estar, de ser produtivo, de colaborar. E é da liderança que este exemplo deve partir, mostrando como todas as opções são acolhidas com igualdade numa perspetiva de, quanto maior satisfação as pessoas tiverem com o projeto, mais envolvidas com os resultados a longo prazo estarão.

Se, há dois anos, nos sentíamos a emergir de um momento com grande impacto a nível global, no modelo que reconhecíamos como a “normalidade”, chegamos agora a uma era onde compreendemos que a transformação do presente é constante. Cabe-nos a nós, líderes e gestores, continuar a olhar para as respostas e soluções aos desafios que surgem, valorizando as nossas equipas, as suas competências e necessidades. É o desenvolvimento tecnológico, sob auspício de responder às exigências e necessidades deste Admirável Novo Mundo, que permite transformar a forma como vivemos e trabalhamos, encontrando, entre o caos de informação, o que hoje é semente e no futuro inovação de e sucesso.