A Pandemia recolheu as pessoas. Após vários séculos de um movimento rumo ao exterior, vimos reduzido o nosso espaço de atuação pessoal e profissional, de forma drástica.

As viagens e as reuniões sociais conheceram um corte abrupto, primeiro, e depois uma reinterpretação. E a casa ganhou um caráter multiverso, local onde se busca o retiro, mas também onde se trabalha e se reúnem familiares e amigos; um espaço que nos envolve, mas que promove, igualmente, o contacto com o outro.

Nesse sentido, pretendem-se ambientes adaptáveis, que sirvam simultaneamente para uma refeição intimista, uma reunião à distância ou uma atividade de prática desportiva. Espaços que facilitem a vida quotidiana.

Por outro lado, e a acreditar em estudos internacionais, nomeadamente o realizado pela Kantar e The America at Home Study sobre as tendências do mercado imobiliário, o consumidor tende a procurar uma casa que respeita o planeta e a sua sustentabilidade.

E se a necessidade de regresso à natureza se manifestou, para muitos, de forma mais intensa – com a busca por primeiras ou segundas habitações em zonas rurais, no Interior, em pequenas cidades ou nos arredores de capitais -, a necessidade de ligação da casa ao ecossistema é agora um critério de escolha mesmo para quem sempre privilegiou um ambiente mais urbano.

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Prova de que as palavras de alguns antigos filósofos continuam sábias, nomeadamente aquelas que dizem que nada se perde, tudo se transforma, podemos ver nesta busca de simbiose com a natureza a “mania” das nossas avós e tias em criar minijardins dentro de casa.

Essa tendência para reproduzir o mundo natural está ainda a manifestar-se na eleição de texturas e materiais que se assemelham à natureza e suas múltiplas formas, imperfeições até: rugas, declives, protuberâncias.

Além da natureza, as casas pedem agora mais movimento e História. As linhas básicas e despojadas são trocadas por alusões reais ou simbólicas a espaços visitados ou sonhados.

Tudo isto combinado com um toque de futuro. Estes espaços devem estar equipados com dispositivos automáticos que asseguram tarefas tão simples como desligar as luzes ou acionar o ar condicionado.

O ano de 2024 será, por isso, de consolidação da aposta em projetos imobiliários que integram tecnologias inteligentes e que privilegiam a sustentabilidade e eficiência energética.

A crescente preocupação com as alterações climáticas e com a sustentabilidade do planeta já não são simples rodapés de telejornal; transformaram-se numa preocupação generalizada, que pesa na decisão de comprar casa ou fazer um investimento imobiliário.

Esta tendência implica, igualmente, a adoção de materiais sustentáveis, busca por eficiência energética e soluções ecológicas.

O verde veio para ficar. Regressemos à natureza, antes que ela desista de nós.