De acordo com o Priberam, a empatia é “Forma de identificação intelectual ou afetiva de um sujeito com uma pessoa, uma ideia ou uma coisa” (empatia, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa).

Dito de uma forma mais simples, a empatia é a capacidade de nos colocarmos num lugar que não o nosso.

Acredito que a empatia é algo que todo o ser humano deveria praticar no seu dia-a-dia, independentemente de estar num contexto pessoal ou profissional, devendo ser usada de forma espontânea e constante e não só quando estamos perante uma situação crítica ou problemática.

Ser empático é fundamental para o sucesso dos indivíduos, do líder, da equipa como um todo, e até da própria empresa.

Entre todas as características fundamentais para um líder, a empatia será talvez a mais importante – promove uma comunicação mais aberta, mais transparente e um nível de confiança superior de parte a parte.

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Ajuda-nos a conhecer melhor cada indivíduo, saber quais as suas maiores aptidões, quais as competências que devem ser desenvolvidas, quais os seus objetivos profissionais e pessoais, onde residem os seus receios e as suas confianças.

Todos estes elementos permitem-nos elaborar, em conjunto, um plano de carreira onde os seus objetivos pessoais encaixem, entender com maior clareza as suas dificuldades em cumprir determinadas tarefas e onde ou como se sentem mais confiantes.

Ao liderar com empatia afastamo-nos da típica imagem do “chefe” que dita ordens e se preocupa essencialmente com a entrega de resultados, passando a canalizar a nossa atenção na elaboração dos processos possíveis para atingir esses mesmos resultados. Não podemos esquecer que o caminho para os alcançar depende das competências de cada um e que essas vão igualmente influenciar a rapidez e a qualidade das diferentes tarefas a executar.

A liderança empática é igualmente fundamental na gestão de conflitos. Sem tomar partido, ser capaz de ouvir e entender os diferentes pontos de vista e atitudes, compreender o que motivou determinada ação e assim ser capaz de encontrar uma estratégia que permita uma convivência saudável e/ou a realização de um projeto.

Ao usar empatia dentro e fora do nosso grupo conseguimos mais facilmente ter uma equipa coesa e unida, onde todos se respeitam, promovendo um melhor ambiente de trabalho.

Assegurar que todos se sentem compreendidos e valorizados irá ajudar-nos a ter uma equipa motivada a dar o seu melhor porque sabem que os sucessos serão celebrados e os insucessos serão analisados com críticas construtivas e não meramente depreciativas e/ou pejorativas.

Mas afinal o que temos de fazer para liderar com empatia?

É essencial respeitar os sentimentos, pensamentos e opiniões dos elementos da nossa equipa, entender e aceitar as suas necessidades, estando dispostos a dar-lhes o suporte adequado ao longo da sua carreira.

É igualmente importante promover uma comunicação aberta. Escutar ativamente e incentivá-los a expressar as suas opiniões, tentado integrá-las nas tomadas de decisão. Uma solução tomada em conjunto irá certamente motivar mais cada um a esforçar-se para obter os resultados desejados.

É fundamental reconhecer que todos têm uma vida pessoal para além do trabalho e que as alegrias e tristezas da nossa vida privada influenciam a forma como se cumpre as tarefas profissionais. Se as pessoas sentirem esse reconhecimento, sentir-se-ão mais à vontade para falar abertamente sobre os seus desafios e/ou dificuldades, quer sejam pontuais ou não. Isso irá permitir um ajuste nas tarefas e, igualmente, definir expectativas alcançáveis.

No fundo, é escutar, cuidar e estimar as pessoas com quem trabalhamos, da mesma forma que o fazemos com os nossos amigos e familiares.

Se pensarmos que as nossas relações profissionais ocupam tanto ou mais tempo que as relações pessoais, não fará então sentido nutri-las todas da mesma forma?

O Observador associa-se à comunidade Portuguese Women in Tech para dar voz às mulheres que compõem o ecossistema tecnológico português. O artigo representa a opinião pessoal do autor enquadrada nos valores da comunidade.