Um ano depois do chatGPT ser lançado, o produto da OpenAI já conta com 100 milhões de utilizadores ativos, a OpenAI tornou-se líder do segmento deixando para trás grandes nomes como o Google, a Meta e a Amazon. Com um investimento de 10 mil milhões de dólares da Microsoft, a empresa tem capital para competir de igual para igual com estes gigantes da tecnologia. Portanto, até agora, tem sido a plataforma preferencial para as empresas e profissionais que procuram não perder a onda da IA no mundo corporativo.

A Microsoft, dona de 49% da OpenAI e fornecedora da nuvem em que rodam as poderosas redes neurais que realizam a magia do chatGPT, não perdeu tempo e lançou uma integração com o seu onipresente pacote corporativo Office (agora chamado Microsoft 365). Batizado de Copilot, dá a qualquer utilizador o poder da IA no processador de texto, nas folhas de cálculo e no gerador de slides. É possível, através de comandos em língua portuguesa, criar emails, artigos, analisar dados tabulares e criar apresentações, entre outras coisas.

Não há dúvida que outros gigantes do software estão a seguir este exemplo ou a tentar criar as suas próprias AIs integradas nos seus sistemas. Inauguram, assim, mais uma corrida ao ouro cujo epicentro é, como de costume, o Vale do Silício, mas que rapidamente se espalha pelos quatro cantos do mundo. Alguns observadores falam em ondas sísmicas de disrupção tecnológica jamais vistas na economia.

E como serão estas próximas ondas dos GPTs?

No início de novembro, a OpenAI lança mais uma novidade, a GPT Store, o primeiro passo para abrir a tecnologia a qualquer ser humano criativo com uma ideia na cabeça e um GPT na mão. A Store pretende ser o centro da próxima revolução turbinada pela Inteligência Artificial.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O objetivo dos executivos é, claramente, tornar-se o maior marketplace de apps do mundo usando a tecnologia. E, desta vez, a festa não será exclusiva dos desenvolvedores: advogados podem criar GPTs para auxiliar em tarefas do mundo jurídico, arquitetos podem criar esboços para os seus projetos, professores podem gerar chatbots que respondem a dúvidas dos seus alunos, e muito mais.

Isto porque os GPTs na Store podem ser criados usando o que a OpenAI chama Prompt, um conjunto de instruções em língua portuguesa que orienta a IA a realizar a sua tarefa.

O engenheiro de Prompt já é uma profissão e o requisito não é saber Java ou Python mas ser exímio comunicador e um expert na sua área.

Portanto, nos próximos meses, assistiremos a um efervescente processo de inovação em que participam milhões de profissionais em todo mundo e se criam as mais inesperadas soluções.

E os comentários dos que seguem de perto esta indústria é que a Store é o primeiro passo para uma plataforma de Agentes Inteligentes, que será formada de GPTs autónomos que poderão colaborar em conjunto para resolver problemas mais complexos, dividindo-os em problemas menores para que cada GPTs especializado se ocupe da sua parte na solução.

Por exemplo, para um plano de viagem a uma cidade que inclua as preferências de um determinado utilizador: um agente trata de relacionar o perfil do utilizador com as atividades na cidade e o outro assegura as reservas automáticas, quando necessárias.

O resultado é que um mero “quero ir ao Porto passar 3 dias” irá gerar um email com um roteiro personalizado, reservas de hotéis, entradas para um concerto e, claro, um bom bar de vinhos. O assistente lembrará ainda que já faz alguns meses que não vê uma amiga querida.

Em última análise, a Inteligência Artificial terá um impacto tão grande como o telefone, o satélite ou a própria internet. E, assim como hoje usamos essas tecnologias sem nem nos apercebemos, esse também será o caso da IA: omnipresente mas quase sempre invisível aos olhos.