Em setembro de 2018 um grupo de portugueses juntou-se em torno de uma causa – o fim do desperdício duma experiência que acreditamos ser da maior relevância para o futuro de Portugal.

Todos tínhamos tido cargos de direcção em empresas ou na academia, em lugares mais ou menos elevados na hierarquia da instituição.

Todos tínhamos passado – ou tido perto de nós quem tivesse passado – por momentos complicados nas carreiras, em que tudo o que até à data tínhamos feito parece não ter nenhum valor, e não se vislumbra nenhum futuro para as nossas aptidões e capacidades.

E todos acreditamos, convictamente, no valor da experiência e na necessidade de combater o desperdício a que a nossa sociedade a vota.

No nosso caso na gestão de empresas, mas sabemos que o seu valor e o desprezo com que é tratada são transversais a toda a sociedade!

Criámos uma empresa e fizemos como mandam os livros.

Definimos uma proposta de valor – dotar as empresas com um potencial de gestores experientes e com capacidades comprovadas, e simultaneamente reduzir o desperdício destes gestores que se encontram inactivos, mas disponíveis para dar resposta a desafios das empresas em qualquer momento, com total independência e sem exigir compromissos de futuro, usando todas as capacidades que ao longo da sua vida foram adquirindo.

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Desenvolvemos de raiz uma base de dados destes gestores, comprovando os seus percursos e capacidades, e recolhendo informação que permite fazer uma rápida (48h) selecção de quem possa ter o melhor perfil para cada desafio – indústria, área de competência, geografias de experiência, características pessoais…

Definimos o nosso público-alvo – todas as empresas que necessitam de recursos para dar rápida resposta a desafios em que seja necessária capacidade de gestão inexistente na organização, sejam eles a substituição de alguém que se ausenta, o desenvolvimento de novos mercados de produto ou geografia, alterações na estrutura ou forma de trabalhar da empresa, preparação de processos de sucessão ou internacionalização, etc.

E partimos para o mercado.

Falámos com centenas de empresas, a quem não faltam desafios de gestão, mais ou menos pontuais ou estruturantes, mais ou menos complicados, mais ou menos fulcrais para a vida da empresa, mas sempre determinantes para a sua performance presente e desenvolvimento futuro.

Sempre fomos recebidos com parabéns pela ideia, e com elogios por finalmente existir uma forma eficiente de não só proporcionar às empresas quem lhes resolva os desafios, com rapidez e eficácia, e sem compromissos laborais permanentes como também aproveitar a experiência destes gestores.

Recebemos dezenas de pedidos e apresentámos dezenas de propostas que foram reconhecidas (por parte dos Clientes que nos procuraram) como excelentes soluções.

Quem avança fica híper satisfeito com a opção que fez.

Registos de trabalho bem feito, estratégias bem pensadas, pessoas objectivas e rápidas na execução, boa capacidade de compreensão do desafio, excelente integração na equipa, são alguns dos comentários que encontramos no feedback semanal que fazemos com as instituições.

E por parte dos gestores recolhemos a satisfação por estar a conseguir ser útil, recomeço de realização profissional e consequente autoestima já há muito desejada, orgulho na capacidade de saber dar boas respostas a desafios encontrados, entre outros bons indícios.

Mas infelizmente, na hora da verdade, o processo complica-se muitas vezes!

Quem decide recua, sem ser capaz de apresentar uma razão objectiva, perante esta incorporação na organização de alguém com experiência.

Porque são sobre qualificados, porque se aparecer uma coisa melhor vão embora, porque se só vem resolver um desafio não vestem a camisola, porque são demasiado idosos para a estrutura etária da empresa, porque, porque, porque…

Porquê? Isso é o desafio para o qual gostaríamos de ter resposta.

Porque desperdiçamos sistematicamente a experiência de quem tanto tem ainda para dar?

Porque temos dificuldade em aceitar formas diferentes de aportar valor às empresas?

Porque não reconhecemos o valor de vidas vividas, e a capacidade que estas pessoas têm de integrar e enquadrar mais jovens?

Da idade decorre ter-se vivido.

E de se ter vivido decorre sabedoria.

Para além da que se aprende na escola, para além da que se lê nos livros.

Aquela que decorre de ter feito coisas, de ter tentado caminhos, de ter descoberto alternativas, de ter tido sucessos e de ter falhado e recomeçado.

A sabedoria de quem já viu muito, e por isso, antes de acontecer já está a antever o que se vai passar e o resultado que vai decorrer.

A sabedoria de quem já experimentou e por isso já encontrou a melhor forma.

Não, não acho que só pode ter sucesso quem já viveu e já fez.

Nem que olhar para o passado permite prever o futuro.

Nem que experimentar fazer diferente é um erro condenado ao insucesso.

E muito menos que fazer sempre o mesmo traz sempre o mesmo resultado!

Acredito profundamente em aprender todos os dias.

Valorizo imensamente a curiosidade que nos leva a procurar soluções novas para desafios antigos.

E aprecio muito a coragem de fazer diferente do que sempre fizemos procurando fazer melhor, sempre!

Mas a sabedoria da experiência é um enorme conforto e apoio para poder ter a coragem de fazer diferente.

E é porque da combinação da irreverência e forma nova de olhar para os desafios dos mais jovens com a ponderação a sabedoria dos mais experientes saem os melhores resultados que o desperdício da experiência parece ser um enorme disparate!

Indo concretamente ao caso da gestão de empresas em Portugal.

Temos falta de pessoas qualificadas.

Temos uma legislação de trabalho das mais rígidas do mundo ocidental.

Temos deficits de gestão em todo o tecido empresarial das PME.

E temos pessoas capazes e disponíveis.

Do que esperamos para as pôr a criar valor nas nossas empresas?