A eletricidade é uma despesa incontornável e com impacto nos orçamentos familiares dos portugueses, que desejam mais do que nunca conseguir poupar. O valor médio mensal gasto por uma família de 4 pessoas é de cerca de 100€ por mês, sendo que este valor pode ser ainda maior em famílias mais numerosas ou com um perfil de consumo elevado.

A inflação, que atormentou os portugueses ao longo destes dois anos, motivada em grande medida por fatores externos, como a guerra na Ucrânia, parece finalmente ter começado a dar tréguas. Os últimos dados conhecidos dão conta de um recuo para os 1,6% em novembro. O mesmo acontece com as taxas Euribor, com médias a descer a 6 e 12 meses. Ainda assim, muitas famílias ainda não conseguem respirar de alívio. Os preços dos alimentos cresceram 0,4%, a atividade económica arrefeceu e o Índice de Preços no Consumidor (IPC) está 1,6% acima do valor em que se encontrava há um ano. O mesmo acontece com a eletricidade, cujas tarifas no mercado regulado sofrerão uma atualização em mais 1,9% já em 2024 por força do aumento da dívida tarifária da eletricidade, que é de 1995 milhões de euros.

Apesar deste cenário pouco animador, o curioso é que, comparativamente com outros países europeus, o preço médio da eletricidade em Portugal para consumidores domésticos é inferior à média da União Europeia. Entre os 27 países, Portugal está no 10º lugar dos que pagam menos. Isto deve-se à forte aposta em energias renováveis e à independência do Leste Europeu, como outros países da Europa, diferenciando-se pela forte ligação com o Norte de África no que à eletricidade diz respeito.

Olhando para estes dados sem mais nenhuma outra análise poderíamos ser levados a pensar que os portugueses se queixam sem motivo do preço que pagam pela eletricidade. No entanto, é preciso ter em consideração aquele que é o poder de compra dos portugueses. Dados do mais recente estudo GfK Purchasing Power Europe 2023 mostram que Portugal caiu de posição este ano, estando em 23º lugar de um total de 41 países europeus e que o poder de compra dos portugueses está 21% abaixo da média europeia. Já para não dizer que as famílias portuguesas continuam entre as mais endividadas, como mostram dados da OCDE.

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Perante isto, é fácil perceber que a eletricidade assume, assim, uma despesa de peso nos orçamentos familiares. Este bem de primeira necessidade sofre também de uma elevada carga fiscal. Em média, mais de 50% do preço a pagar nas faturas de eletricidade diz respeito a impostos, tais como o IVA, o CIEG, a contribuição audiovisual, o IEC e a taxa de exploração DGEG.

O que está ao alcance dos portugueses poderem fazer para contrariar esta situação?

O primeiro passo é comparar os preços entre as diferentes comercializadoras de eletricidade. Deve ser feita uma comparação do mercado de forma imparcial e especializada com alguma frequência de modo a encontrar a melhor opção para as necessidades e orçamento de cada consumidor.

Existem cada vez mais soluções que se adaptam economicamente à carteira dos portugueses, como a entrada de novas comercializadoras que, graças aos seus preços competitivos, estão a conquistar espaço num mercado liderado pela EDP Comercial. Dados recentes da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) mostram que o mercado está cada vez mais competitivo e atrativo para o consumidor, que dispõe de mais opções, quer em relação ao número de fornecedores, quer ao nível da variação de preços. No ano passado, a Repsol assumiu uma posição importante no mercado, como um exemplo do dinamismo deste mercado. Atualmente, e a título de exemplo, contamos com um player que entrou no mercado há muito pouco tempo – a Plenitude – que se tem vindo a destacar pela divulgação de preços bastante competitivos. Ainda assim, o panorama atual revela que 65% dos portugueses escolhe ainda a comercializadora mais cara do país.

Analisar o mercado com regularidade é de facto o melhor conselho para quem pretende reduzir ao máximo o valor da fatura de eletricidade. Ao contrário de outros serviços, o consumidor não está refém de qualquer período de fidelização, o que permite uma mudança rápida e simples de fornecedor de energia. Esta análise, ao contrário do que parece, não é nem complexa nem demorada, e com a ajuda certa, pode fazer toda a diferença no final do mês.