Atualmente, com o crescente aumento da frequência com que as pessoas mudam de emprego e até mesmo de carreira, é essencial garantir que estas tenham uma educação o mais completa possível.

Quer um estudante decida ingressar no mercado de trabalho, logo após a conclusão da escolaridade mínima obrigatória, quer decida prosseguir os seus estudos para obter um grau académico, é fundamental que este seja detentor de um conjunto de skills que lhe será imprescindível para a sua adaptação e o seu sucesso, quer no mercado de trabalho, quer enquanto membro de uma sociedade.

A minha visão? Educação STEAM.

A educação STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Arte, Matemática) é uma abordagem que está cada vez mais em voga. Apesar de Ciências e Matemática fazerem parte, desde cedo, do plano curricular das crianças, a abordagem STEAM, ao invés de separar as disciplinas, procura criar um ambiente interdisciplinar, englobando as cinco disciplinas, com o objetivo de ajudar os estudantes a perceber de que forma é que estas interagem entre si e como é que podem ser aplicadas, através de diferentes projetos, em situações reais.

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Independentemente da sua complexidade, resolver problemas faz e fará sempre parte do nosso dia-a-dia, sejam eles problemas pessoais ou profissionais. Solucionar problemas recorrendo apenas a uma área é deficitário e, idealmente, devemos resolver um problema através da aplicação de diferentes áreas.

Assim, quanto mais cedo um plano educacional STEAM for aplicado, mais cedo as crianças desenvolvem o seu pensamento crítico, desenvolvem a capacidade de analisar um problema sob diferentes perspectivas e a capacidade de criar diferentes soluções, tendo por base a aplicação do conhecimento multidisciplinar adquirido.

Há, ainda, três vetores que considero chave e que para mim estão entre os principais benefícios deste tipo de educação:

  • Desenvolve competências. Cria, num contexto de resolução de problemas, um ambiente colaborativo entre as crianças, fomentando assim o desenvolvimento de competências como resiliência, espírito crítico, resolução de problemas, criatividade,  comunicação, escuta, empatia, inteligência emocional, entre outra;
  • Cria perspectivas de futuro. A possibilidade de colocarem em prática, desde cedo, e em contexto real o que aprenderam, permite que as crianças explorem os seus interesses e as suas competências de modo a facilitar a tomada de decisão acerca da sua carreira futura;
  • Combate a desigualdade. Quanto mais cedo se introduzir esta abordagem, menos espaço e tempo haverá para a criação de estereótipos sobre as diferentes competências de cada género e/ou de cada etnia.

Na minha opinião, é necessário atualizar os métodos pedagógicos o mais rapidamente possível para que o ensino esteja à altura dos desafios impostos neste mundo cada vez mais complexo, dotando assim os estudantes com competências que lhes permitam alcançar um futuro brilhante, quer pessoal quer profissionalmente.

Catarina Gonçalves, formada em Engenharia e Gestão Industrial pela Universidade do Minho, olha para a tecnologia como uma oportunidade para melhorar a vida das pessoas. É Vice-Presidente para o Desenvolvimento de Carreiras da Associação Académica da Universidade do Minho, onde liderou a reestruturação da START POINT que impulsiona a carreira dos estudantes com oportunidades na área do emprego, empreendedorismo e formação. Iniciou a sua carreira como Product Manager na Utrust onde foi responsável pelo desenvolvimento de produtos no mercado dos pagamentos com criptomoedas. Atualmente, é em Viena, enquanto Product Manager na Robo Wunderkind, que está a revolucionar a forma como as crianças aprendem sobre novas tecnologias, ajudando-as a desenvolver skills necessárias para um futuro brilhante.

O Observador associa-se à comunidade Portuguese Women in Tech para dar voz às mulheres que compõem o ecossistema tecnológico português. O artigo representa a opinião pessoal do autor enquadrada nos valores da comunidade.