Poucos dias passaram de mais um ato eleitoral, ato este, não único, mas o que mais induz um sentimento de pertença em todos os cidadãos pelas decisões diretas acerca das suas aldeias, vilas ou cidades. Sendo que para mim é o momento mais próximo da decisão que qualquer comum mortal pode ter, ao que a eleições políticas diz respeito.

Podia aqui desenvolver qual o poder que nos dão com a possibilidade de exercemos tal prática, mas acho que, melhor ou pior, todos temos noção de tal privilégio.

Vamos ao que interessa que é nem mais nem menos do que dar a minha perspectiva acerca do passado dia da democracia. Foco-me exclusivamente na chave para os resultados que surpreenderam tanta gente e para mim, esse objeto que abre portas foi apenas uma palavra: MUDANÇA.

Foram várias as estratégias seguidas pelas diferentes listas candidatas, começando logo pela escolha do nome, que de forma inteligente fez com que algumas se posicionassem como movimentos fora do espectro partidário, beneficiando claramente com isso. Isto tendo em conta o panorama anterior nas diferentes localidades mas, mais uma vez, isto chama-se estratégia. Outra das estratégias foi, sem dúvida, a aposta nos jovens, a procura de os cativar a entrar no mundo das decisões políticas e com isso fazer com que os restantes jovens que, hoje em dia, ainda são uma grande parte do bolo da abstenção, fossem votar.

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A proximidade foi também uma grande aposta, tendo muita importância e desempenhando um papel fulcral nas eleições municipais.

E, por último, a aposta no digital, que é e continuará a ser o futuro e quem não se adaptar irá certamente perder força. Na verdade, isso já aconteceu neste sufrágio. Todas estas estratégias e mais algumas, que por não achar completamente corretas não vou mencionar, aliadas ao sentimento e ambição de mudança de uma grande parte da população tornaram não só possíveis estes resultados como os catapultaram para diferenças muito grandes, resultando em algumas maiorias absolutas.

Destaco 7 municípios alentejanos: Redondo, Vila Viçosa, Reguengos de Monsaraz, Mourão, Mora e Montemor-o-novo. Nestes terminou um ciclo com bastante longevidade, e iniciam agora um novo, um ciclo de mudança que traz com ele esperança num futuro melhor.

Estes fenómenos são um misto de revolta e fartura, de comer a todas as refeições sempre o mesmo prato e por isso uma grande parte das pessoas quiseram que lhes fosse dado um livro de receitas mais vasto no qual pudessem escolher as que tinham melhor aspeto. Sendo que em alguns casos ainda não se tinha experimentado tais cozinhados. Mas será que vale o risco? Claro que vale, o pior

que pode acontecer é na próxima refeição escolher uma alternativa diferente ou continuar a comer o mesmo prato caso este seja aperfeiçoado e se torne um prato favorito, porque sim, há casos assim. Termino com uma frase que considero que caracteriza este momento: Ganhou a mudança, perdeu a resistência insustentável.