Na grande maioria das vezes, quando se fala nos projetos da indústria, são apresentados os casos de sucesso, mas pouco se fala dos fracassos ou dos obstáculos no caminho para os conseguir.

Muitas vezes, tudo ao nosso redor parece estar a desmoronar, sendo fundamental adotar estratégias que transformem essas situações negativas em oportunidades de crescimento. Mas é comum o ser humano ser contaminado pelo ambiente em que está inserido e, se a contaminação do ambiente encontra o fracasso dos projetos, surge uma teia complexa de desafios.

É exatamente isto que este artigo explora: como é que a contaminação negativa pode afetar projetos em apuros e apresentar estratégias para fortalecer, tanto a coesão da equipa, quanto a execução de projetos em momentos desafiantes.

Identificar precocemente os sinais de um projeto em apuros pode ser como decifrar um código. Comunicação insuficiente, mentes em modo turbo sem direção e atrasos que mais parecem maratonas impossíveis, são alertas que a equipa não pode ignorar. Vamos evitar que esses problemas se espalhem como um vírus num servidor desprotegido?

Num mundo onde a comunicação é rainha, a transparência e a gestão eficaz de expectativas são ferramentas que constroem pontes de entendimento. Manter as partes interessadas no loop, estabelecer expectativas realistas, fornecer atualizações regulares e – sobretudo – reais, são a receita para um ambiente de trabalho colaborativo e livre de mal-entendidos. Vamos normalizar dizer que não se fez uma determinada tarefa no curtíssimo tempo exigido, ou que simplesmente não se percebeu algo, ao invés de florear a situação e arranjar mil desculpas para não parecer mal dizê-lo?

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Abordar os problemas de um projeto de forma proativa é a estratégia vencedora. Desenvolver uma cultura organizacional que valoriza a identificação precoce dos problemas e permitir a sua resolução atempada, é como ter um escudo contra os obstáculos que tentam multiplicar-se descontroladamente. Também não nos podemos esquecer de que nem todos vão estar, em simultâneo, no mesmo nível de entrega ao projeto; eventualmente, num dado momento, haverá pessoas mais cansadas ou saturadas que outras, haverá as que se deixaram contaminar pelas dores dos outros e as que continuam a segurar as pontas. Acredito, que é nossa missão dentro da equipa conseguir identificar tais momentos e puxar essas pessoas para cima sempre que for necessário, independentemente do cargo que exerçamos – Não deixar entrar na espiral. Tanto se fala em empatia, mas será que a colocamos verdadeiramente em prática? O que faz um projeto ter sucesso, são as pessoas que nele trabalham e é necessário cuidarmos uns dos outros.

A resiliência não é um superpoder individual: é a estrutura que pode ser incorporada na gestão de projetos. Integrar estratégias que a fortaleçam, como adaptar-se a mudanças e aprender com os fracassos, é como reforçar a base de um prédio para enfrentar terramotos.

Como diz Henry Ford, “A união é um bom começo. Manter a união é um progresso. E trabalhar em conjunto é a vitória”. Tudo isto, é sobre unir – projetos, pessoas, obstáculos, oportunidades, resiliência, empatia – para criar com sucesso.

O Observador associa-se à comunidade PortugueseWomeninTech para dar voz às mulheres que compõe o ecossistema tecnológico português. O artigo representa a opinião pessoal do autor enquadrada nos valores da comunidade.